Texto 1 – Soneto XI
- Luís de
Camões
Amor é um
fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo.
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer – e vive a esmo.
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
- Considerando
o soneto XI de Luís Vaz de Camões assinale a alternativa cuja afirmação é
incorreta
a)
O sujeito dos versos 2 ao 11 é
o amor
b)
A temática do texto 1 é o amor
c)
O soneto não é poesia
d)
O soneto sempre possui 14
versos
- Considerando
a relação de semelhança entre os textos 1 e 2 podemos afirmar que entre
eles há inúmeras semelhanças, exceto a afirmação da alternativa:
a)
Ambos são sonetos
b)
A temática dos poemas é o amor
c)
Os textos possuem autores
diferentes
d)
A rima se dá sempre nos mesmos
versos em ambos os poemas.
- A
antítese ou oposição está presente nos seguintes versos, exceto:
a) é um contentamento descontente.
b)
é dor que desatina sem doer.
c)
é um
cuidar que ganha em se perder
d)
Mas como causar pode seu favor
- Considerando
o Soneto do amor maior de Vinícius assinale a alternativa cuja ideia é
incorreta:
a)
Nos dois 1ºs
versos o poeta diz não existir um amor
maior e mais estranho do que o dele, pois não acalma a amada.
b)
Nos 3 e 4 versos da primeira
estrofe o eu poetico diz de suas contradições sentimentais de alegria e
tristeza em relação a coisa amada.
c)
O poema não possui estrutura
de soneto.
d)
Na 3ª estrofe o eu poético
define seu amor como louco e que ao tocá-lo fere e com isso vibra, pois prefere
a vida de encantamento à morte.
- Dado as oposições podemos dizer que Luís Vaz
de Camões caracteriza no final o amor como
um sentimento:
a)
Contraditório
b)
Sublime
c)
Indefinível
d)
Indesejável.
- Assinale a alternativa em que não há
semelhança entre os versos de Camões e Vinícius
a)
É um
contentamento descontente/ Que de uma vida
mal-aventurada.
b)
3º verso de Camões e 3º verso
de Vinícius
c)
O sujeito dos 11 primeiros versos de Camões é o amor;
assim como nos 5 primeiros versos de Vinícius
d)
É um
cuidar que ganha em se perder/ E que só fica em paz se lhe
resiste
Texto 3 - I CORINTIOS 13
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que
retine.
E ainda que
tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não
tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse todos os meus bens para
sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e
não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é
invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta
inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não
suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque,
em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é
perfeito, então o que é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, pensava como menino; mas,
logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas
então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei
plenamente, como também sou plenamente conhecido.
Agora, pois, permanece a fé, a esperança, o amor,
estes três; mas o maior destes é o amor.
Texto
4 - Monte Castelo - RUSSO, R. As quatro estações. 1989.
Ainda
que eu falasse a língua dos homens
E
falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria
É
só o amor,
É só o amor
Que
conhece o que é verdade
Não
sente inveja ou se envaidece
O amor é fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.
Ainda
que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer;
é um solitário andar por entre a gente;
é não contentar se de contente;
é não contentar se de contente;
É
cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É
servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade;
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem
Todos
dormem, todos dormem
.
Agora vejo em parte
Mas
então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que
conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens
.
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
- “Monte Castelo” é uma das músicas mais famosas
da banda de rock brasileira Legião Urbana, cujo líder foi Renato Russo.
Essa composição é uma colagem da carta de São Paulo aos Coríntios e de um
famoso soneto de Luís de Camões. Com base no texto e nessas informações,
pode-se observar:
a)
que Renato Russo é obsoleto para sua época, uma vez que se baseou em um trecho
bíblico e em um poeta do século XVI.
b)
que Renato Russo desrespeita direitos autorais, “copiando” trechos das obras
bíblica e camoniana.
c)
que Renato Russo faz uso da intertextualidade, sintetizando a Bíblia e o soneto
camoniano ao mesmo tempo, em uma canção.
d)
que Renato Russo comete equívocos em relação à forma do texto, pois “mistura” um
soneto e versículos bíblicos.
- A intertextualidade, no início da música se dá
entre os versículos bíblicos e o soneto XI de Camões da seguinte forma, exceto:
a) Começa com o primeiro verso do soneto de Camões e
continua misturando os versículos bíblicos, seguidos da segunda estrofe do
soneto e novamente os versículos bíblicos.
b) Começa com os versículos bíblicos nas duas
primeiras estrofes da música, seguida de 4 versos da segunda estrofe do soneto
XI
c) A primeira estrofe da música reescreve em versos a
primeira ideia do versículo bíblico.
d) A segunda estrofe da música tem como sujeito o amor
- Indique a alternativa em que não há relação de
correspondência de relação intertextual:
a)
6ª verso da música:” Que
conhece o que é verdade” / versículos –“ mas se regozija com a verdade”
b)
7ª verso da música:” O
amor é bom
“/ versículos – “é benigno”
c)
8ª verso da música:” Não sente inveja ou se envaidece” / versículos – “ o amor não é invejoso..... não se ensoberbece ”
d)
A 5ª estrofe da música é toda baseada nos versículos bíblicos.
- Assinale a alternativa em que não há uma correta
identificação das figuras de linguagem na frase.
a) “ O amor é fogo que arde sem se ver” – metáfora
b) “È um contentamento descontente” – antítese ou
oposição
c) “seria como o metal que soa.” –
metáfora
d) “o amor é ferida que doi” –
metáfora.
- Assinale a alternativa em que não há uma
correta relação de correspondência entre os textos e as afirmativas
a) O soneto XI fala do amor carnal típico dos amantes
b) Os versículos bíblicos falam do amor divino que é
benigno
c) Renato Russo ao fazer uma relação intertextual cria
um novo conceito de amor
d) O novo conceito de amor criado por Renato Russo a
partir da relação intertextual é de que esse sentimento é vulgar.
- O título da Música Monte Castelo faz
referência ao nome de uma região ao norte da Itália onde foi travada a chamada batalha de Monte
Castelo, no fim da 2ª Guerra Mundial.
Foi lá que soldados brasileiros e americanos combateram o exército
alemão. Contrapondo-se ao título a
letra mistura o amor dos amantes e o amor divino ao próximo; deixando
claro que esse sentimento é essencial para a vida o que não se passava em
Monte Castelo. Na batalha esse sentimento de bem supremo de paz
desaparece. Diante disso, podemos
dizer que Renato Russo compôs essa música em tom de:
a) Alegria
b) Ironia
c) Prazer
d) Diversão
Texto 5 - O contrário do Amor – Martha Medeiros – do livro:"Doidas e Santas"
O contrário de bonito é feio, de rico
é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você
fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o
ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta
certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.
O que seria preferível, que a pessoa
que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que
perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse
feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio
é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita
declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.
Já para sermos indiferentes a alguém,
precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de
bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua,
estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não
testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro:
nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não
temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se
tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.
Uma criança nunca experimentou essa
sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está
sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é
ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja
materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo
universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.
13. Assinale a alternativa cuja ideia
não condiz com o texto:
a) O contrário do amor é o ódio
b) O contrário do amor é a
indiferença.
c) O ódio requer sentimentos
d) Uma criança experimenta sensações extremas: ou é adorada ou criticada.
14. O ódio provoca várias sensações e
consequências, exceto:
a) Rugas
b) Cabelos brancos
c) Ira
d) Indiferença
15. Assinale a alternativa cuja frase
está empregada em sentido conotativo da língua
a) O contrário do amor não é o ódio,
é a indiferença.
b) A indiferença é um exílio no
deserto.
c) Para odiar alguém gastamos
energia.
d) Para odiar alguém, precisamos
reconhecer que esse alguém existe.
16. Assinale a alternativa cuja frase
está empregada em sentido denotativo da língua:
a) Para odiar alguém, precisamos de
um coração, ainda que frio.
b) Para odiar alguém precisamos de
um raciocínio doente.
c) A indiferença é um exílio no
deserto.
d) O contrário do amor é a
indiferença.
17. Segundo o texto a cor da
indiferença seria:
a) Branca
b) Vermelha
c) Do nada
d) Amarela
18. Segundo o texto a cor do ódio
seria:
a) Branca
b) Vermelha
c) Do nada
d) Amarela
19. Assinale a alternativa que indica
a figura de linguagem presente na frase: “A
indiferença é um exílio no deserto.”
a) Personificação
b) Metáfora
c) Comparação
d) Hipérbole
20. Qual a situação inicial que
determinou o início da crônica
a) A constatação de que as crianças
ou são amadas ou rejeitadas
b) Que as crianças não sabem que o
contrário do amor não é o ódio
c) Que a indiferença e o contrário
do ódio
d) Que a indiferença é a ausência
total de sentimentos