Dança e Leitura num
Encontro de Muitas Culturas. Introduzindo o tema do concurso. Será?
Elaine Edelí Marholt Walker
A colonização de Ijuí
foi diferente das outras regiões, pois para tentar formar uma identidade
nacional e quebrar o monopólio de uma etnia única e garantir o processo
administrativo, os colonizadores optaram para que aqui houvesse uma colonização
mais mista, o que gerou essa miscigenação de etnias e essa diversidade de
raças.
No ano de 1987 houve um movimento de revitalização da
economia e visando fomentar o turismo local se organizaram as etnias em suas
casas típicas no Parque Municipal Wanderlei Agostinho Burmann.
Esse movimento étnico organizou as diversas etnias que
buscavam resgatar um pouco do folclore e da cultura das origens dos povos
colonizadores. Assim, cada etnia fez o resgate do seu folclore organizando-se
em torno das casas típicas, danças, culinária e vestimentas típicas.
As danças com seus movimentos, indumentárias e
coreografia buscavam manter a união, a partilha, a alegria e a disseminação de
aspectos culturais dos povos de origem.
Toda
a dança, com exceção das da etnia árabe, geralmente em suas coreografias
trazem, bastante presente a alegria da dança de roda e a exaltação de alguma tarefa essencial `a vida
em comunidade. Assim como trazem presentes em suas vivências aspectos
simbólicos da cultura como: pão, sal e açúcar, que representam respectivamente
a fartura, a saúde e a alegria.
Oriundas de países com clima essencialmente frio, a lenha
torna-se essencial à sobrevivência. Assim, essa prática é representada na dança
Holzhacker
da etnia alemã e pela Podhale
da etnia polonesa, na qual inicialmente tem nos passos o imitar dos montanheses
na caminhada íngreme em busca da lenha.
Assim como as danças citadas anteriormente, cada
coreografia tem um objetivo específico. A dança Krakowiak
dos poloneses, por exemplo, busca representar um aspecto histórico da região da
Cracóvia no período das invasões dos Tártaros; já a dança Kujawiak busca representar a conquista, o namoro, o
galanteio.
Da mesma forma que poloneses e alemães em algumas danças,
a etnia italiana também em seus movimentos exalta a primavera com suas cores e
alegria da renovação da vida que se contrapõe ao frio europeu, e garante a
colheita farta que se constitui em fonte de sobrevivência do povo que aqui se
instalou. Agradecidos, fazem homenagens a Nossa Senhora que os acompanhou
constantemente em seus conflitos.