quinta-feira, 1 de junho de 2017

prova trimestral de português

Idolatria
Sérgio Faraco – Conto do livro: Dançar Tango em Porto Alegre
Eu olhava para a estrada e tinha a impressão de que jamais na vida chegaríamos a Nhuporã. Que pedaço brabo. O camaleão se esfregava no chassi e o pai praguejava:
— Caminho do diabo!
Nosso Chevrolet era um trinta e oito de carroceria verde-oliva e cabina da mesma cor, só um nadinha mais escura. No pára-choque havia uma frase sobre amor de mãe e em cima da cabina uma placa onde o pai anunciava que fazia carreto na cidade, fora dela e ele garantia, de boca, que até fora do estado, pois o Chevrolet não se acanhava nas estradas desse mundo de Deus.
Mas o caminho era do diabo, ele mesmo tinha dito. A pouco mais de légua de Nhuporã o caminhão derrapou, deu um solavanco e tombou de ré na valeta. O pai acelerou, a cabina estremeceu. Ouvíamos os estalos da lataria e o gemido das correntes no barro e na água, mas o caminhão não saiu do lugar. Ele deu um murro no guidom.
— Puta merda.
Quis abrir a porta, ela trancou no barranco.
— Abre a tua.
A minha também trancava e ele se arreliou:
— Como é, ô Moleza!
Empurrou-a com violência.
— Me traz aquelas pedras. E vê se arranca um feixe de alecrim, anda.
Agachou-se junto às rodas e começou a fuçar, jogando grandes porções de barro para os lados. Mal ele tirava, novas porções vinham abaixo, afogando as rodas. Com a testa molhada, escavava sem parar, suspirando, praguejando, merda isso e merda aquilo, e de vez em quando, com raiva, mostrava o punho para o caminhão.
O pai era alto, forte, tinha o cabelo preto e o bigode espesso. Não era raro ele ficar mais de mês em viagem e nem assim a gente se esquecia da cara dele, por causa do nariz, chato como o de um lutador. Bastava lembrar o nariz e o resto se desenhava no pensamento.
— Vamos com essas pedras!
Por que falava assim comigo, tão danado? As pedras, eu as sentia dentro do peito, inamovíveis.
— Não posso, estão enterradas.
— Ah, Moleza.
Meteu as mãos na terra e as arrancou uma a uma. Carreguei-as até o caminhão, enquanto ele se embrenhava no capinzal para pegar o alecrim.
— Pai, pai, o caminhão tá afundando!
A cabeça dele apareceu entre as ervas.
— Não vê que é a água que tá subindo, ô pedaço de mula?
E riu. Ficava bonito quando ria, os dentes bem parelhos e branquinhos.
— Tá com fome?
— Não.
— Vem cá.
Tirou do bolso uma fatia de pão.
— Toma.
— Não quero.
— Toma logo, anda.
— E tu?
— Eu o quê? Come isso.
Trinquei o pão endurecido. Estava bom e minha boca se encheu de saliva.
— Acho que não vamos conseguir nada por hoje. De manhãzinha passa a patrola do DAER*, eles puxam a gente.
Atirou a erva longe e entrou na cabina.
— Ô Moleza, vamos tomar um chimarrão?
Fiz que sim. Ao me aproximar, ele me jogou sua japona.
— Veste isso, vai esfriar.
A japona me dava nos joelhos e ele riu de novo, mostrando os dentes.
— Que bela figura.
A cara dele era tão boa e tão amiga que eu tinha uma vontade enorme de me atirar nos seus braços, de lhe dar um beijo. Mas receava que dissesse: como é, Moleza, tá ficando dengoso? Então aguentei firme ali no barro, com as abas da japona me batendo nas pernas, até que ele me chamou outra vez:
— Como é, vens ou não?
Aí eu fui.
*Sigla do departamento responsável pela conservação das estradas estaduais

1. Leia as afirmativas e componha a resposta certa assinalando:
I. O foco narrativo está em 1ª pessoa
II. A narrativa se constrói pela voz do pai.
III. A temática do conto é a relação de pai e filho.
IV. Linguagem: os diálogos são extremamente curtos, quase não há descrições e as poucas que surgem são breves e objetivas. A narração é resultado de um recorte de uma viagem, e seu tempo cronológico não ultrapassa uma hora. Além disso, o espaço também é reduzido, limitado à beira da estrada em que o narrador e seu pai estão parados.
a) Se somente as alternativas I e II estiverem corretas
b) Se somente as alternativas II e III estiverem corretas
c) se somente as alternativas I, II e III estiverem corretas
d) Se somente as alternativas I, III e IV estiverem corretas
e) Se todas as alternativas estiverem corretas.

2. Leia as afirmativas e componha a resposta certa assinalando:
I Síntese do enredo: O narrador-menino acompanha seu pai em um carreto para Nhuporã, o caminhão cai em um barranco e fica preso. Após a frustrada tentativa de retirar o velho Chevrolet do barro, o pai decide que eles devem esperar amanhecer para serem rebocados pela patrola do DAER22. Intermediando esse momento, estão os diálogos entre ambos, que evidenciam sua relação, juntamente com alguns comentários do narrador a respeito do pai e sobre si mesmo.
II. Durante o episódio, o menino se mostra frágil e às vezes amedrontado pela maneira rude como é tratado por seu pai. Em contrapartida, o pai é retratado como um sujeito bruto, que expressa de maneira agressiva os sentimentos pelo filho. Esse conflito entre a personalidade dócil e infantil do narrador e a rusticidade da figura paterna é o centro da narrativa.
III Observe como a personalidade de ambos, bem como sua relação, são construídas desde o início do texto, que evidencia no mínimo gesto e nas poucas palavras as características de cada um. No primeiro parágrafo, de apenas três frases, é apresentada a situação, uma viagem de caminhão através de uma estrada em péssimas condições em direção à Nhuporã. Logo em seguida, surge a primeira reação do pai a essa situação, que esbraveja: Caminho do diabo. Ao longo da narrativa, essa linguagem curta e seca torna-se reveladora de sua personalidade.
IV No parágrafo seguinte, o narrador descreve o caminhão, que possuía uma frase sobre amor de mãe em um para-choque e uma placa na cabina anunciando o serviço de carreto, na qual o pai garante “de boca” que faz viagens inclusive para fora do Estado, pois o caminhão era de confiança. O pai demonstra que é um homem que honrava o “fio do bigode”, sinônimo de honra, honestidade e integridade ética de conduta. Já a frase sobre o amor de mãe escrita no para-choque irá contrastar com o amor do pai demonstrado ao longo da narrativa. Enquanto o primeiro é usualmente entendido como terno e carinhoso, o segundo revela-se bruto e severo.
a) Se somente as alternativas I e II estiverem corretas
b) Se somente as alternativas II e III estiverem corretas
c) se somente as alternativas I, II e III estiverem corretas
d) Se somente as alternativas I, III e IV estiverem corretas
e) Se todas as alternativas estiverem corretas

3. Assinale a alternativa em que não fica evidente o sentimento do pai pelo filho
a) Entrega o único pedaço de pão para o filho
b) Entrega sua jaqueta para o filho.
c) Agride o filho verbalmente durante todo o conto, mas abre mão da pouca comida e da roupa em prol do filho.
d) Agride o filho o tempo todo e não se importa com ele.
e) o pai manifesta sentimento pelo filho nas ações e não nas palavras.

4. O pai Só não é:
a) covarde, orgulhoso, grosseiro e desalmado com o menino.
b) alto, forte, de cabelos retos e bigode espesso.
c) é fisicamente o estereótipo do homem gaúcho.
d) nariz chato como de um lutador, fortalecendo a imagem de seu caráter viril e forte.
e) além do biótipo, o pai possui as características morais do gaúcho, como a honra, a dureza e a franqueza.

5. No final o menino:
a) se atira nos braços do pai e lhe dá um abraço e um beijo
b) Não sente nada pelo pai
c) Gostaria de se atirar nos braços do pai, mas não o faz porque sabe que vai ser visto como efeminado devido à cultura machista do sul.  E seu pai o reprovaria
d) nada acontece de extraordinário na história

6. “As pedras, eu as sentia dentro do peito, inamovíveis”. A Expressão em destaque funciona como:


a) artigo definido
b) pronome pessoal do caso oblíquo
c) pronome demonstrativo




7. “As pedras, eu as sentia dentro do peito, inamovíveis”. A Expressão em destaque refere-se a:


a) as pedras
b) sentia
c) peito
d) inamovíveis.
e) dores




8. Na frase a expressão em destaque funciona como: “. “As pedras, eu as sentia dentro do peito, inamovíveis”.:


a) objeto direto
b) objeto direto pleonástico
c) objeto indireto
d) predicativo do sujeito
e) sujeito




9. Assinale a alternativa que indica a figura de linguagem presente na frase a seguir: “O pai era alto, forte, tinha o cabelo preto e o bigode espesso. Não era raro ele ficar mais de mês em viagem e nem assim a gente se esquecia da cara dele, por causa do nariz, chato como o de um lutador.”


a) metáfora
b) comparação
c) personificação
d) hipérbole
e) personificação




10. Assinale a alternativa que indica o sujeito da frase: “Eu olhava para a estrada”


a) eu
b) olhava
c) olhava para a estrada
d) para a estrada
e) eu olhava para a estrada




11. Assinale a alternativa que indica o predicado da frase: “Eu olhava para a estrada”


a) eu
b) olhava
c) olhava para a estrada
d) para a estrada
e) eu olhava para a estrada




12. Classifique o sujeito da frase: “Eu olhava para a estrada”


a) simples
b) composto
c) oculto ou elíptico
d) indeterminado
e) inexistente




13. Classifique o predicado da frase: “Eu olhava para a estrada”


a) verbal
b) nominal
c) verbo nominal




14. Meteu as mãos na terra e as arrancou uma a uma. Carreguei-as até o caminhão, enquanto ele se embrenhava no capinzal para pegar o alecrim. Assinale a alternativa que indica o tipo de relação estabelecida pela conjunção em destaque.


a) modo
b) tempo
c) condição
d) finalidade
e) proporcionalidade




15. Leia a frase a seguir e considere as afirmativas corretas relativas a frase:” . O camaleão se esfregava no chassi e o pai praguejava:”
I . A frase é um período simples porque possui apenas uma oração.
II. A frase é composta porque possui duas orações que giram em torno de dois verbos.
III. A primeira oração se classifica como: oração coordenada assindética porque não tem conjunção
IV a segunda oração se chama: oração coordenada sindética aditiva porque começa na conjunção aditiva e.

a) Se somente as alternativas I e II estiverem corretas
b) Se somente as alternativas II e III estiverem corretas
c) se somente as alternativas II, III e IV estiverem corretas.
d) Se somente as alternativas I, III e IV estiverem corretas.
e) Se todas as alternativas estiverem corretas

Texto II
            O medo do lápis e do papel na hora de escrever a redação do Enem pode ser superado com o treino. Nós estamos acostumados a ouvir que para escrever bem é preciso ler muito: e isso é verdade. Mas é preciso também escrever muito, segundo afirma a professora de língua portuguesa Leiva Leal. "Escrever se aprende escrevendo, aprender se aprende reescrevendo", acredita.
A habilidade de escrever pode ser desenvolvida tanto durante a elaboração de resumos, quanto escrevendo sobre temas que você goste ou considere relevantes: vale até tentar treinar possíveis assuntos que podem ser cobrados no exame deste ano. Mas segundo a professora Leiva, é importante se atentar para além do simples ato de escrever bem: o conteúdo da redação é igualmente importante, especialmente a parte final, quando os candidatos do Enem devem apresentar uma proposta de intervenção social, ou uma solução para o problema. Neste momento, é importante evitar frases generalizadas ou argumentos soltos. "O estudante deve saber explicar razões, procurar levantar causas, consequências, não apenas falar que é importante. É importante por quê?", explica Leiva Leal.

16. Assinale a alternativa que indica o possível título do texto dois.


a) a leitura
b) a interpretação
c) a redação
d) o Enem
e) a conclusão do texto do Enem




17. Assinale a alternativa que não condiz com o textoII:
a) O treino é o melhor exercício para superar o medo e fazer uma boa redação
b) Para escrever bem não é preciso ler muito.
c) a habilidade da escrita se desenvolve escrevendo
d) Ter o domínio do conteúdo sobre o qual se está escrevendo também é importante.
e) saber estruturar uma conclusão também é importante.

18. Leia as afirmativa e componha a resposta certa assinalando:
I. Nós estamos acostumados a ouvir que para escrever bem é preciso ler muito: e isso é verdade. O referente de isso é: escrever bem.
II. Além do fato de ler muito e escrever bem é preciso saber o conteúdo do texto.
III. Na frase: “a parte final, quando os candidatos do Enem devem apresentar uma proposta de intervenção social, ou uma solução para o problema.´ a autora faz referência ao domínio da estrutura textual argumentativa.
IV. Na frase: “A habilidade de escrever pode ser desenvolvida tanto durante a elaboração de resumos, quanto escrevendo sobre temas que você goste”.  Estabelece relação de proporcionalidade.

a) Se somente as alternativas I e II estiverem corretas
b) Se somente as alternativas II e III estiverem corretas
c) se somente as alternativas I, III e IV estiverem corretas.
d) Se somente as alternativas II, III e IV estiverem corretas.
e) Se todas as alternativas estiverem corretas

19: Depreende-se da leitura de todo o texto que: para se fazer uma boa redação são indispensáveis a convergência dos seguintes elementos:
a) Somente o domínio da leitura
b) o domínio da leitura e da escrita
c) o domínio do conteúdo
d) o domínio da estrutura textual, principalmente, da conclusão.
e) o domínio da leitura, da escrita, do conteúdo e da estrutura textual argumentativa.

20. Na frase: “Vale até tentar treinar possíveis assuntos que podem ser cobrados no exame deste ano.” A expressão em destaque funciona como:
a) conjunção explicativa, pois pode ser substituída por “pois”.
b) conjunção integrante, pois vem antecedida de verbo
c) pronome relativo, pois pode ser substituída por: “ os quais”.
d) nenhuma das respostas

Texto 3.
        Ver televisão, falar ao telefone, sair  para dançar... ler.  Se fôssemos perguntar a um jovem de hoje em dia quais são suas atividades de lazer prediletas e se  a leitura fosse citada como uma delas, com certeza causaria estranheza.
        Ler ficou fora de moda, perdeu a graça diante de outras tantas opções de lazer  proporcionadas pelo avanço tecnológico e pela mudança da própria sociedade e seus valores. E  então me parece que foram esquecidos o aprendizado suave, despercebido, e as reflexões quase automáticas que são proporcionadas apenas pela leitura de um bom livro. Porque é muito difícil ler, simplesmente.
        Toda leitura nos provoca um tipo de reação, diferente para cada pessoa. A imaginação é deixada livre para criar sua própria história, seus próprios personagens. E é isso que faz da leitura algo importante, pois nos difere uns dos outros, estimula nossa individualidade, dando margem a interpretações diversas.
       É assim que um bom livro cativa: nos prendendo ao seu enredo e nos incorporando ao seu universo. Portanto, acho que fora de moda é aquele que, por uma alienação televisiva, recusa a 'vida' trazida de um livro.
                                Mariana Torres, Revista ZH
21. Assinale a alternativa que indica a quantidade de orações que compõe a frase a seguir: “Ver televisão, falar ao telefone, sair  e  ler”.


a) uma
b) duas
c) três
d) quatro
e) cinco.




22. Na frase: “ A leitura é algo importante, pois nos difere uns dos outros”.   Classifique as orações em destaque assinalando:


a) oração coordenada assindética
b) oração coordenada sindética aditiva
c) oração coordenada sindética adversativa
d) oração coordenada sindética explicativa
e) oração coordenada sindética conclusiva




23. Na frase: “ A leitura é algo importante, pois nos difere uns dos outros”.   Classifique as orações em destaque assinalando:


a) oração coordenada assindética
b) oração coordenada sindética aditiva
c) oração coordenada sindética adversativa
d) oração coordenada sindética explicativa
e) oração coordenada sindética conclusiva




24. Na frase a conjunção se  da ideia de:Se fôssemos perguntar a um jovem de hoje em dia quais são suas atividades de lazer prediletas e se  a leitura fosse citada como uma delas, com certeza causaria estranheza.


a) tempo
b) modo
c) condição
d) proporcionalidade
e) finalidade




25. “ A leitura é algo importante”    Assinale a alternativa que indica a correta identificação do sujeito:


a) a leitura
b) leitura
c) é algo importante
d) importante
e) é algo




26. “ A leitura é algo importante”    Assinale a alternativa que indica a correta classificação do sujeito


a) simples
b) composto
c) oculto ou elíptico na forma verbal
d) indeterminado
e) inexistente




27. “ A leitura é algo importante”    Assinale a alternativa que indica a correta identificação do predicado.


a) a leitura
b) leitura
c) é algo importante
d) importante
e) é algo




28 “ A leitura é algo importante”    Assinale a alternativa que indica a correta classificação do predicado


a) verbal
b) nominal
c) verbo-nominal




29. “ A leitura é algo importante”    Assinale a alternativa que indica a correta classificação sintática da expressão em destaque na frase anterior:


a) sujeito
b) predicado
c) verbo
d) adjunto adverbial
e) predicativo do sujeito.




30. Ler perdeu a graça.” Assinale a alternativa que indica a correta classificação sintática da expressão em destaque na frase anterior:


a) objeto direto
b)objeto indireto
c) agente da passiva
d) adjunto adverbial
e) predicativo do sujeito.




Quanto mais velho, menos sono
ZH de 20 e 21 de maio de 2017 Jane E. Brody
A insônia é como um ladrão noturno que assalta milhões de pessoas, principalmente aquelas com mais de 60 anos. As causas são muitas e vão aumentando em número e grau com a idade. Mesmo assim, o problema quase sempre é minimizado durante os check-ups de rotina, o que resulta não só na diminuição da qualidade de vida do idoso como pode agravar transtornos físicos e emocionais, incluindo sintomas de perda cognitiva.
Quase todo mundo já teve aquela noite em que o corpo parece se esquecer de dormir um número mínimo de horas. Por mais angustiante que seja quando isso acontece, nem se compara aos efeitos para quem a insônia — ou a dificuldade de adormecer, se manter adormecido ou acordar cedo demais — é uma ocorrência diária.
Uma pesquisa feita em 1995 pelo Instituto Nacional do Envelhecimento, dos Estados Unidos, com 9 mil pessoas com idades superiores a 65 anos, de três comunidades diferentes, revelou que 28% tinham problemas para adormecer e 42% relataram dificuldades em pegar no sono e continuar dormindo.
O número de idosos atingidos obviamente deve ser muito maior hoje em dia, quando milhões passam as horas anteriores à ida para a cama olhando para telas eletrônicas que interferem nos ritmos biológicos do organismo.
Segundo Alon Y. Avidan, diretor da clínica do sono da Faculdade de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia em Los Angeles, insônia é sintoma, e não diagnóstico, e pode ser sinal de um problema de saúde oculto e quase sempre tratável, mas que, quando persistente, deve ser levado muito a sério.
A chamada insônia passageira dura menos de um mês e pode resultar de um problema temporário no trabalho ou doença grave.
A de curto prazo dura de um a seis meses e pode ser causada por uma crise financeira ou luto — o que já é difícil o suficiente. Mas quando supera essa marca, tornando-se crônica, pode causar sérios distúrbios físicos, emocionais e sociais.
Dificuldade para dormir pode esconder outros problemas
Além da sonolência excessiva durante o dia, que já pode ser perigosa, a versão duradoura pode resultar em "perturbação intelectual, prejuízo cognitivo, confusão, retardamento psicomotor e aumento de risco de lesões ou ferimentos", de acordo com Avidan. Compreensivelmente, quase sempre é acompanhada por depressão tanto como causa quanto resultado da insônia persistente. E se não for tratada, aumenta os riscos de quedas e fraturas, como mostrou um estudo feito na população das casas de repouso.
Há dois tipos de insônia: uma, a chamada primária, é resultado de um problema que ocorre somente ou principalmente durante o sono, como apneia obstrutiva, síndrome das pernas inquietas (que aflige de 15% a 20% dos adultos mais velhos), movimentos periódicos dos membros ou uma tendência a reproduzir os sonhos fisicamente, o que pode ser também parte dos primeiros indícios de Parkinson.
A menos que durma com alguém que note, a pessoa que sofre desse transtorno pode não saber por que tem o sono interrompido. Um diagnóstico preciso geralmente exige um estudo profissional, com o paciente passando de uma a duas noites no laboratório, monitorado por instrumentos que registram respiração, batimentos cardíacos, pressão sanguínea, movimentos corporais e o tempo gasto nos vários estágios do sono.
O outro tipo de insônia mais comum é o secundário e pode esconder um problema médico ou psiquiátrico, ser sequela de algum tipo de medicação ou fatores comportamentais como exposição excessiva à cafeína, bebidas alcoólicas, nicotina ou sonecas diurnas ou ainda de perturbações ambientais como fadiga de viagem (jet lag) e barulho ou luz excessivos — principalmente o brilho azulado de algum aparelho eletrônico no quarto.
Entre as muitas doenças que podem causar a insônia crônica estão a insuficiência cardíaca, o refluxo gastroesofágico, os problemas pulmonares, a artrite, o Alzheimer e a incontinência. O tratamento do problema, quando possível, geralmente diminui seus efeitos.
Higiene do bom sono
eter J. Hauri, especialista do sono da Clínica Mayo, criou uma prática para ajudar as pessoas que sofrem de insônia não gerada por causas médicas. Conheça:
— Limite as sonecas a menos de meia hora por dia, de preferência no início da tarde.
— Evite o uso de estimulantes, sedativos e refeições pesadas, diminuindo a ingestão de líquidos duas ou três horas antes de se deitar.
— Pratique exercícios físicos moderados, de preferência pela manhã ou no início da tarde.
— Aumente a exposição a luzes fortes durante o dia e minimize-as durante a noite.
— Crie condições confortáveis de repouso.
— Deite-se somente quando começar a se sentir sonolento.
Se não resolver..
Especialistas dão mais dicas para quem não conseguir adormecer:
— Se você não pegar no sono em até 20 minutos, saia do quarto e faça alguma coisa relaxante, como ler um livro (impresso, não eletrônico), voltando somente quando começar a ter vontade de dormir.
— Não apele para a bebida alcoólica. Ela pode até estimular a pessoa a adormecer, mas produz um sono fragmentado.
— Se você ainda precisar de ajuda de um terapeuta para combater a insônia, a terapia cognitivo-comportamental provou ser a mais eficiente em triagens clínicas.
— Algumas mudanças na dieta também podem ajudar, como o consumo de banana, cereja, kiwi, aveia, leite e chá de camomila, embora sua eficiência não seja cientificamente comprovada.

31.   Assinale a alternativa que indica a temática do texto:
a) a Insônia
b) as causas da insônia
c) a insônia ataca milhares de pessoas, principalmente idosos e tem diversas causas.
d) dieta alimentar e insônia
e) Formas de prevenção da insônia

32. “A insônia é como um ladrão noturno.”  Assinale a alternativa que indica a figura de linguagem presente  na frase anterior


a) metáfora
b) comparação
c) personificação
d) hipérbole
e) pleonasmo




Produção textual.
Faça um texto argumentativo sobre a Insônia.  Não se esqueça de por título.