domingo, 8 de dezembro de 2013

Meus escritos


Quais são efetivamente os nossos valores de vida?

Em nossa sociedade capitalista valorizamos coisas que não são essenciais e na busca do anseio de felicidade, muitas vezes, incorporamos aos nossos desejos padrões de consumo que não seriam necessariamente fundamentais e usamos esse mesmo preceito para a nossa vida afetiva.

            Assim, seguindo os padrões apregoados pelos meios de comunicação social, nossas relações afetivas se tornam muito volúveis e a mentalidade dominante é a de “ usar e descartar quando não serve mais”.  Logo o respeito à pessoa só existe se ela é útil.  E esses conceitos são por nós facilmente incorporados aos padrões de comportamento e cresce a tendência de descartar os idosos e não deixar nascer os deficientes, desrespeitar os pobres ou os que de alguma ou outra forma não se encaixam na lógica estética pregada pela mídia.

            Nesse contexto, na tentativa de lograr êxito, as pessoas buscam realizar-se por meios do consumismo desenfreado, reduzindo suas aspirações à satisfação das necessidades criadas pela sociedade.  O consumismo reduz o objetivo da vida ao poder aquisitivo.  “ As pessoas valem mais pelo que elas têm do que pelo que elas são”.

            Totalmente enquadradas nesse novo contexto, as pessoas nem percebem que dedicam toda a vida ao acúmulo de bens materiais considerando suas relações afetivas também  como coisas a serem conquistadas e, em nome da satisfação de necessidades momentâneas, abrem mão de projetos pessoais mais duradouros e humanos.   Dessa forma, o amor é substituído ou reduzido a atitudes eróticas ou sexuais, simplesmente.

            Nesse novo quadro de valores individualistas e utilitaristas em que cada pessoa tem a sua dignidade reconhecida apenas em função da sua capacidade de produzir e dominar, a vida perde o  valor em si mesma e assume o seu valor só em função da sua condição utilitária, gerando a cultura da morte e da exclusão, já que a descartabilidade  passa a se fazer presente na lógica das relações.  É tentando refletir sobre a dignidade da vida desde o nascimento até a morte que a CNBB propõe como tema para a Campanha da Fraternidade – (ou de) 2008:  “ Escolhe, pois, a vida”, buscando se contrapor aos modelos reducionistas muito presentes na nossa época.

Elaine Walker – Professora das Redes Municipal e Estadual de Ensino

 

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