FUJA DA IDIOTICE
Humor é coisa séria - MARTHA MEDEIROS ZH- 25/11/2017 - 03h00min.
Um
dia desses, um amigo me enviou uma piadinha por whatsapp e eu não
respondi nada, que é o máximo de educação que eu consigo manter diante
de uma foto bizarra acompanhada de um trocadilho infame. Ele deveria ter
se tocado que não agradou e deixado por isso mesmo, mas resolveu cobrar
pelo meu silêncio: pô, humor tem que ser sempre inteligente?
Que eu saiba, só existe humor na inteligência. Na
falta dela, reside a idiotice.
Eu sei, eu sei. Estou parecendo extremamente
mal-humorada, mas diante desta histeria coletiva de se mandar duzentas
mil gracinhas para os grupos de whatsapp, é preciso ficar atento. Quando
fazemos parte de uma turma íntima, vá lá, a idiotice pode funcionar como
uma válvula de escape para as tensões do dia a dia, além de ser uma forma
de manter contato – a troca de piadas tolas substitui a cervejinha no fim
de tarde que não se teve tempo de tomar. Em todo caso, é bom cuidar para
que a bobajada intramuros não vire alienação irreversível.
Humor bom é humor crítico. Pense na Escolinha
do Professor Raimundo e na Porta dos Fundos, por exemplo. Duas épocas e
duas linguagens completamente diferentes, mas a crítica está ali, no
subtexto. Uma é mais popular e alegórica, a outra é mais ácida e
realista, mas ambas prestam homenagem à sua, à minha, à nossa
inteligência.
O humor combate a hipocrisia. O humor é uma
via de transcender a mediocridade. O humor estimula o raciocínio e a
reflexão. O humor desestabiliza. O humor ridiculariza o status quo. O
humor empodera movimentos (“Homem não gosta de calcinha bege. Poxa, manda
ele usar uma cor-de-rosa então”). O humor nos insulta e nos obriga a rir
de nós mesmos, nos reposicionando no mundo de uma forma menos solene e
mais humana. É o antídoto mais eficaz contra a arrogância.
Inverter o estabelecido: transformar o
notável em banal, o defeito em virtude, a derrota em vitória. O olhar
renovado para velhas convicções desperta a nossa consciência e solta o
nosso riso, seja através da paródia, da sátira, da imitação, da ironia,
do exagero, do besteirol. Até mesmo aquilo que é engraçado sem querer (o
uso de um chapéu totalmente sem noção, por exemplo, ou se desequilibrar
e cair da cadeira) tem uma espontaneidade que quebra o protocolo.
Qual a quebra de protocolo que há no trocadilho? É
um humor tão simplório que até constrange.
Pra quem deseja ir mais fundo no assunto,
vale a pena ler o livro “A doença, o sofrimento e a morte entram num
bar”, do português Ricardo Araújo Pereira. Ajuda a entender que o humor
serve para acordar os neurônios, não para anestesiá-los, e que a
ignorância só produz sorrisos amarelos.
1. Assinale a alternativa que indica o
fato que desencadeou o texto:
a) o recebimento de um piada pouco
inteligente.
b) o envio de uma piada politicamente
incorreta.
c) um trocadilho.
d) A indicação de leitura de um livro
e) um antídoto contra a ignorância.
2. No final, a autora:
a) se posiciona a favor de todo tipo de
piada
b) recomenda a leitura de um livro
interessante sobre o assunto o qual ajuda a entender a serventia do humor
c) produz
sorrisos amarelos.
d) Diz que o humor
constrange.
3. Assinale a alternativa em que não
aparece um posicionamento da autora.
a)
só existe humor na inteligência.
b)
Humor bom é humor crítico.
c)
O humor combate a hipocrisia
d) Um
dia desses, um amigo me enviou uma piadinha por whatsapp.
e)
É o antídoto mais eficaz contra a arrogância
4. Segundo a autora o humor idiota deve
receber que atitude como resposta:
a)
ser ignorado
b) responder desacatando
c) comentar criticando
d) ser aceito normalmente
5. Assinale a alternativa em que aparece
uma comparação
a) “Pra
quem deseja ir mais fundo no assunto.”
b) “ O
humor nos insulta e nos obriga a rir de nós mesmos.”
c) “A
idiotice pode funcionar como uma válvula de escape para as tensões do dia a
dia.”
d)
“A troca de piadas tolas substitui a cervejinha no fim de tarde”.
6. Segundo o texto o humor só não deve:
a)
Inverter o estabelecido
b)
combater a hipocrisia
c)
estimular o raciocínio e a reflexão.
d)
provocar alienação
e)
nos reposicionar no mundo de uma forma menos solene e mais humana.
7. Leia as afirmativas a seguir
referentes a frase: “Humor bom é humor crítico.” e componha a
resposta correta assinalando:
I. O sujeito da frase é “ Humor”
II. A classificação é sujeito composto
III. O predicado da frase é: “ humor crítico”.
IV. O predicado é verbal
a)
Se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
b)
Se somente as alternativas III e IV estiverem corretas
c)
Se todas as alternativas estiverem corretas
d)
Se somente as alternativas I e III estiverem corretas
e)
Se nenhuma das alternativas estiverem corretas.
8. .
Leia
as afirmativas a seguir e a explicação posterior e componha a resposta correta assinalando:
I.
Ele deveria ter se tocado que não agradou e deixado por isso mesmo, mas
resolveu cobrar pelo meu silêncio. – A expressão em destaque dá ideia de
adversidade.
II.
Na frase: “Ambas prestam homenagem à sua, à minha, à nossa
inteligência.”(final do 3º parágrafo) -
se refere as formas de humor veiculadas por dois programas.
III. Na
frase: “Que eu saiba” o verbo saber está empregado no presente do
indicativo.
IV.
Pela estrutura do texto podemos dizer que é uma crônica argumentativa.
a)
Se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
b)
Se somente as alternativas III e IV estiverem corretas
c)
Se todas as alternativas estiverem corretas
d)
Se somente as alternativas I, II e IV estiverem corretas
e)
Se somente as alternativas I estiver correta.
9. Leia as afirmativas a seguir e a
explicação posterior e componha a resposta correta assinalando:
I. Humor
bom é humor crítico – Na frase a expressão em destaque funciona
como advérbio de afirmação
II. Na frase: “Eu sei”. Podemos identificar um
verbo da 1ª conjugação.
III.
Na frase: “O humor combate a hipocrisia.” As expressões em
destaque funcionam como objeto direto do verbo combater.
IV.
Humor bom é humor crítico. – o predicado é nominal
a)
Se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
b)
Se somente as alternativas III e IV estiverem corretas
c)
Se todas as alternativas estiverem corretas
d)
Se somente as alternativas I, II e IV estiverem corretas
e)
Se somente as alternativas I estiver correta.
10. Assinale a alternativa que não
indica um tipo de humor
a) paródia
b) da
sátira,
c)
a comédia
d)
a narrativa
e)
o humor negro.
11 Assinale a alternativa cuja sequência de palavras
se acentua pela mesma regra da palavra: silêncio
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
12.
A regra que
justifica a acentuação da sequência da resposta da questão anterior é:
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
13. Assinale a alternativa cuja sequência de
palavras se acentuam pela mesma regra da palavra: íntima
a)
Máximo crítica antídoto alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
14. A sequência das palavras a seguir é
acentuada - Máximo crítica antídoto alegórica - por serem:
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
15.Assinale a alternativa cuja sequência de
palavras se acentuam pela mesma regra da palavra: vitória
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
16. A regra que justifica a acentuação da sequência da
resposta da questão anterior é:
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
17. Assinale a alternativa cuja
sequência de palavras se acentua pelo fato de serem oxítonas terminadas em
O.E.A.
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
18 Assinale a alternativa cuja sequência
de palavras se acentua pelo fato de serem paroxítona terminada em l.
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
19. Assinale a alternativa cuja
sequência de palavras se acentua pelo fato de serem hiatos;
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
20. Assinale a alternativa que indica a
regra que justifica a acentuação da palavra: além.
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
Texto 2
O DEFEITO
Note algo muito curioso. É o defeito que faz a
gente pensar. Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua viagem
calmamente, ouvindo música, sem sequer pensar que automóveis têm motores. O que
não é problemático não é pensado. Você nem sabe que tem fígado até o momento em
que ele funciona mal. Você nem sabe que tem coração até que ele dá umas batidas
diferentes. Você nem toma consciência do sapato, até que uma pedrinha entre lá
dentro. Quando está escrevendo, você se esquece da ponta do lápis até que ela
quebra.
Você não sabe que tem olhos - o que significa
que eles vão muito bem. Você toma consciência dos olhos quando eles começam a
funcionar mal. Da mesma forma que você não toma consciência do ar que respira,
até que ele começa a feder... Fernando Pessoa diz que “pensamento é doença dos
olhos”. É verdade, mas nem toda. O mais certo seria “pensamento é doença do
corpo”.
Todo
pensamento começa com um problema. Quem não é capaz de perceber e formular
problemas com clareza não pode fazer ciência. Não é curioso que nossos
processos de ensino de ciência se concentrem mais na capacidade do aluno para
responder? Você já viu alguma prova ou exame em que o professor pedisse que o
aluno formulasse o problema? (...) Frequentemente, fracassamos no ensino da
ciência porque apresentamos soluções perfeitas para problemas que nunca
chegaram a ser formulados e compreendidos pelo aluno.”
(ALVES,
Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Brasiliense, 1995.)
21.
Assinale a alternativa que indica a correta temática do texto.
a) a
percepção dos defeitos
b) Quem não
é capaz de perceber e formular problemas com clareza não pode fazer ciência.
c) Todo
pensamento começa com um problema.
d) a forma
de se resolver problemas
e) Os
alunos e a ciências
22.Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua
viagem”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
23. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua viagem”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
24.
Assinale a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada
na frase a seguir: Você não sabe que tem olhos
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
25.
Assinale a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada
na frase a seguir: Você não sabe que tem olhos
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
26. Leia a
frase: “pensamento é doença dos olhos”. e assinale a alternativa que indica a
correta classificação do predicado.
a) verbal
b) nominal
c) verbo
nominal
27. Assinale
a alternativa que indica a figura de linguagem presente na frase: : “pensamento
é doença dos olhos”.
a)
comparação
b) metáfora
c)
hipérbole
d)
sinestesia
e)
personificação
28. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir Você toma consciência dos olhos quando eles começam a funcionar
mal.
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
29. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Você toma consciência dos olhos quando eles começam a funcionar
mal.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
30. Assinale
a justificativa do acento do verbo ter na frase: “E em sequer pensar que
automóveis têm motores”.
a) por
estar no singular
b) por
estar no plural.
31. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções
perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e compreendidos
pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
32.
Assinale a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada
na frase a seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos
soluções perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e
compreendidos pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
coordenada sindética explicativa
33. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções
perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e
compreendidos pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adjetiva restritiva
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
34. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções
perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e compreendidos
pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
Leia o
texto seguinte:
Levantamento
inédito com dados da Receita revela quantos são, quanto ganham e no que
trabalham os ricos brasileiros que pagam impostos. (…) Entre os nove que ganham
mais de 10 milhões por ano, há cinco empresários, dois empregados do setor
privado, um que vive de rendas. O outro, quem diria, é servidor público.
35. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir :”Os ricos brasileiros que pagam impostos”
a) oração
subordinada adjetiva restritiva
b) oração
subordinada adjetiva explicativa
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
36. Na
frase: O outro, quem diria, é servidor público as expressões em destaque
vem entre vírgulas porque se constituem em um:
a) aposto
b) vocativo
37. O
fracasso do ensino das Ciências só não se deve por:
a) ensino
de ciência se concentrem mais na capacidade do aluno para responder
b) a
incapacidade de formular problemas reais a serem respondidos.
c)
incompreensão dos problemas reais e suas soluções
e)ao
desenvolvimento da capacidade de formular e responder problemas reais.
38.
No primeiro quadro encontramos um por que separado. Assinale a alternativa que
indica a justificativa de seu emprego:
a)
início de pergunta ou início de frases interrogativas.
b)
no meio de frases como resposta e passível de ser substituído por pois.
c)
no final de perguntas.
d)
no meio de frases como pronome relativo
39.
No segundo quadro encontramos um porque junto. Assinale a alternativa que
indica a justificativa de seu emprego:
a)
início de pergunta ou início de frases interrogativas.
b)
no meio de frases como resposta e passível de ser substituído por pois.
c)
no final de perguntas.
d)
no meio de frases como pronome relativo
O brasileiro não lê
Danilo Venticinque
O brasileiro não lê. Ao menos é isso
que eu tenho escutado. Por obrigação profissional e por obsessão nas horas
vagas, costumo conversar muito sobre livros. Com uma frequência incômoda, não
importa qual é a formação de quem fala comigo, essa frase se repete. Amigos,
taxistas, colegas jornalistas, escritores e até executivos de editoras já me
disseram que o brasileiro não lê.
Quando temos dificuldade para entender
uma frase, uma boa técnica de aprendizado é repeti-la várias vezes. Um dos meus
primeiros professores de inglês me ensinou isso. Nunca pensei que fosse usar
esse truque com uma frase em português. Mas, depois de ouvir tantas vezes que o
brasileiro não lê, e de discordar tanto dos que dizem isso, resolvi tentar
fazer esse exercício. Talvez enfim eu os entenda. Ou talvez eu me faça
entender.
O brasileiro não lê, mas a quantidade
de livros produzidos no Brasil só cresceu nos últimos anos. Na pesquisa mais
recente da Câmara Brasileira do Livro, a produção anual se aproximava dos 500
milhões de exemplares. Seriam aproximadamente 2,5 livros para cada brasileiro,
se o brasileiro lesse.
O brasileiro não lê, mas o país é o
nono maior mercado editorial do mundo, com um faturamento de R$ 6,2 bilhões.
Editoras estrangeiras têm desembarcado no país para investir na publicação de
livros para os brasileiros que não leem. Uma das primeiras foi a gigante
espanhola Planeta, em 2003. Naquela época, imagino, os brasileiros já não liam.
Outras editoras vieram depois, no mesmo movimento incompreensível.
O brasileiro não lê, mas desde 2004 o
preço médio do livro caiu 40%, descontada a inflação. Entre os motivos para a
queda estão o aumento nas tiragens, o lançamento de edições mais populares e a
chegada dos livros a um novo público. Um mistério, já que o brasileiro não lê.
O brasileiro não lê – e os poucos que
leem, é claro, são os brasileiros ricos. Mas a coleção de livros de bolso da
L&PM, conhecida por suas edições baratas de clássicos da literatura, vendeu
mais de 30 milhões de exemplares desde 2002. Com seu sucesso, os livros
conquistaram pontos de venda alternativos, como padarias, lojas de
conveniência, farmácias e até açougues. As editoras têm feito um esforço
irracional para levar seu acervo a mais brasileiros que não leem. Algumas já
incluíram livros nos catálogos de venda porta-a-porta de grandes empresas de
cosméticos. Não é preciso nem sair de casa para praticar o hábito de não ler.
O brasileiro não lê, mas vez ou outra
aparecem best-sellers por aqui. Esse é o nome dado aos autores cujos livros
muitos brasileiros compram e, evidentemente, não leem. Uma delas, a carioca
Thalita Rebouças, já vendeu mais de um milhão de exemplares. Seus textos são
escritos para crianças e adolescentes – que, como todos sabemos, trocaram os
livros pelos tablets e só querem saber de games. Outro exemplo é Eduardo Spohr,
que se tornou um fenômeno editorial com seus romances de fantasia. Ele é o
símbolo de uma geração de novos autores do gênero, que escrevem para centenas
de milhares de jovens brasileiros que não leem.
O brasileiro não lê – e, mesmo se
lesse, só leria bobagens. Mas, há poucos meses, um poeta estava entre os mais
vendidos do país. Em algumas livrarias, a antologia Toda poesia, de
Paulo Leminski (1944-1989), chegou ao primeiro lugar. Ultrapassou a
trilogia Cinquenta tons de cinza, até então a favorita dos brasileiros
(e brasileiras) que não leem.
Na semana passada, mais de 40 mil
brasileiros (que não leem) eram esperados no Fórum das Letras de Ouro Preto. Eu
estava lá. Nas mesas de debates, editores discutiam maneiras de tornar o livro
mais barato e autores conversavam sobre a melhor forma de chamar a atenção dos
leitores. Um debate inútil, já que o brasileiro não lê. A partir desta semana,
entre 6 e 16 de junho, a Feira do Livro de Ribeirão Preto (SP) deve receber
mais de 500 mil pessoas. Na próxima segunda-feira (10), começa a venda de
ingressos para a cultuada Festa Literária Internacional de Paraty, que inspirou
festivais semelhantes em várias outras cidades do país. Haja eventos literários
para os brasileiros que não leem.
Na pesquisa Retratos da Leitura,
divulgada no ano passado, metade dos brasileiros com mais de 5 anos disse não
ter lido nenhum livro nos últimos três meses. É compreensível, num país em que
há poucas livrarias, as bibliotecas públicas estão abandonadas e 20% das
pessoas entre 15 e 49 anos são analfabetas funcionais. Mas há outra metade. São
88,2 milhões de leitores. Alguns se dedicam mais à leitura; outros,
provavelmente a maior parte deles, são leitores ocasionais. Há um enorme
potencial para crescimento, mas já é um número animador.
Os brasileiros começaram a ler. Falta
começar a mudar o discurso. Em vez de reclamar dos brasileiros que não leem, os
brasileiros que leem deveriam se esforçar para espalhar o hábito da leitura.
Espalhar clichês pessimistas não vai fazer ninguém abrir um livro.
Eu poderia ter repetido tudo isso para
cada pessoa de quem ouvi a mesma frase feita. Mas resolvi escrever, porque
acredito que o brasileiro lê.
http://revistaepoca.globo.com//cultura/danilo-venticinque/noticia/2013/06/o-brasileiro-nao-le.html
40. O autor do texto defende a tese de que
a) o Brasileiro lê
pouco e só bobagens.
b) os poucos
brasileiros que leem são os ricos.
c) os brasileiros
leem, só falta mudar o discurso.
d) o preço médio do
livro sofreu uma queda de 40%.
e) o Brasil é o nono maior mercado editorial do mundo.
41.No texto o negrito utilizado nas expressões “chegou ao
primeiro lugar” e “poucas livrarias”
indica
a) ironia.
b) crítica.
c) ênfase.
d) opinião.
e) informalidade.
42. Na frase “O brasileiro não lê, mas vez ou outra aparecem
best-sellers por aqui.” o termo sublinhado estabelece uma relação de
a) causa
(B) conclusão.
(C) finalidade.
(D) comparação.
(E) adversidade.
43. Em qual das
citações abaixo está expressa uma opinião do autor?
a) “Na pesquisa mais recente da Câmara Brasileira do Livro, a produção
anual se aproximava dos 500 milhões de exemplares.”
b) “Mas a coleção de livros de bolso da L&PM, conhecida por suas
edições baratas de clássicos da literatura, vendeu mais de 30 milhões de
exemplares desde 2002.”
c) “Nas mesas de debates, editores discutiam maneiras de tornar o livro
mais barato e autores conversavam sobre a melhor forma de chamar a atenção dos
leitores.”
d) “Na pesquisa Retratos da Leitura, divulgada no ano passado, metade
dos brasileiros com mais de 5 anos disse não ter lido nenhum livro nos últimos
três meses.”
e) “Em vez de reclamar dos brasileiros que não leem, os brasileiros que
leem deveriam se esforçar para espalhar o hábito da leitura.”
BRAGA, Jorge. O Popular, Goiânia.
44. Infere-se do texto que o eleitor está
a) censurando a
política partidária nacional.
b) descontente com o
assédio dos candidatos.
c) reclamando do
excesso de candidatos a cargos políticos.
d) desinteressado em
conhecer pessoalmente os candidatos.
e) criticando o excesso de assédio do eleitor para com os políticos.
L
Leia o texto abaixo e, a seguir,
responda:
Acrobata da Dor
Cruz e Sousa
Gargalha, ri, num
riso de tormenta, como um palhaço, que desengonçado, nervoso, ri, num riso
absurdo, inflado de uma ironia e de uma dor violenta. Da gargalhada atroz,
sanguinolenta, agita os guizos, e convulsionado salta, gavroche, salta clown,
varado pelo estertor dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis
não se despreza! Vamos! retesa os músculos, retesa nessas macabras piruetas
d'aço... E embora caias sobre o chão, fremente, afogado em teu sangue estuoso e
quente, ri! Coração, tristíssimo palhaço.
Gavroche - palavra francesa que significa “os garotos de Paris”
Clown - proveniente do inglês, “palhaço”.
Retesar – esticar, tornar rijo.
Estuoso - tempestuoso; agitado.
Disponível em:
http://pensador.uol.com.br/frase/NTU1MzUw/. Acesso em: 04/11/2013.
45. O tema do poema é
a) a violência da dor.
b) a tristeza do coração.
c) a dissimulação da dor.
d) a agonia de um palhaço.
e) a gargalhada de um palhaço.
46. Leia as frases e complete a, à as e
às, segundo as normas de emprego da crase e depois assinale a resposta correta;
I Voltamos ___
casa antes da chuva.
II. Após ___
compras, retornemos ___ casa de tua avó.
III. De volta
___ terra, o pescador descansou.
IVA medalha foi
dada ___ aluna mais aplicada, mas não ___ qualquer aluna.
V. Pedrinho
traja-se ___ antiga.
VI. Fui ___ São
Paulo, ___ tardinha.
VII. Sentei-me ___ beira do rio e passei ___
meditar.
a) a – as, à –
a – à, a – à – a, à- à, a
b) à – às, a –
à – a, a – a-a, a – a –a
c) a – às, a –
a – a, a – a – a, a – a ,a
47.Em “eu também não obedecia à minha
mãe”, analise a questão que melhor justifique o emprego da crase:
a) Antes de
pronomes possessivos masculinos há o uso obrigatório da crase.
b) O uso da
crase é opcional, pois geralmente o acento indicador da existência de crase é
facultativo FUJA DA IDIOTICE
Humor é coisa séria - MARTHA MEDEIROS ZH- 25/11/2017 - 03h00min.
Um
dia desses, um amigo me enviou uma piadinha por whatsapp e eu não
respondi nada, que é o máximo de educação que eu consigo manter diante
de uma foto bizarra acompanhada de um trocadilho infame. Ele deveria ter
se tocado que não agradou e deixado por isso mesmo, mas resolveu cobrar
pelo meu silêncio: pô, humor tem que ser sempre inteligente?
Que eu saiba, só existe humor na inteligência. Na
falta dela, reside a idiotice.
Eu sei, eu sei. Estou parecendo extremamente
mal-humorada, mas diante desta histeria coletiva de se mandar duzentas
mil gracinhas para os grupos de whatsapp, é preciso ficar atento. Quando
fazemos parte de uma turma íntima, vá lá, a idiotice pode funcionar como
uma válvula de escape para as tensões do dia a dia, além de ser uma forma
de manter contato – a troca de piadas tolas substitui a cervejinha no fim
de tarde que não se teve tempo de tomar. Em todo caso, é bom cuidar para
que a bobajada intramuros não vire alienação irreversível.
Humor bom é humor crítico. Pense na Escolinha
do Professor Raimundo e na Porta dos Fundos, por exemplo. Duas épocas e
duas linguagens completamente diferentes, mas a crítica está ali, no
subtexto. Uma é mais popular e alegórica, a outra é mais ácida e
realista, mas ambas prestam homenagem à sua, à minha, à nossa
inteligência.
O humor combate a hipocrisia. O humor é uma
via de transcender a mediocridade. O humor estimula o raciocínio e a
reflexão. O humor desestabiliza. O humor ridiculariza o status quo. O
humor empodera movimentos (“Homem não gosta de calcinha bege. Poxa, manda
ele usar uma cor-de-rosa então”). O humor nos insulta e nos obriga a rir
de nós mesmos, nos reposicionando no mundo de uma forma menos solene e
mais humana. É o antídoto mais eficaz contra a arrogância.
Inverter o estabelecido: transformar o
notável em banal, o defeito em virtude, a derrota em vitória. O olhar
renovado para velhas convicções desperta a nossa consciência e solta o
nosso riso, seja através da paródia, da sátira, da imitação, da ironia,
do exagero, do besteirol. Até mesmo aquilo que é engraçado sem querer (o
uso de um chapéu totalmente sem noção, por exemplo, ou se desequilibrar
e cair da cadeira) tem uma espontaneidade que quebra o protocolo.
Qual a quebra de protocolo que há no trocadilho? É
um humor tão simplório que até constrange.
Pra quem deseja ir mais fundo no assunto,
vale a pena ler o livro “A doença, o sofrimento e a morte entram num
bar”, do português Ricardo Araújo Pereira. Ajuda a entender que o humor
serve para acordar os neurônios, não para anestesiá-los, e que a
ignorância só produz sorrisos amarelos.
1. Assinale a alternativa que indica o
fato que desencadeou o texto:
a) o recebimento de um piada pouco
inteligente.
b) o envio de uma piada politicamente
incorreta.
c) um trocadilho.
d) A indicação de leitura de um livro
e) um antídoto contra a ignorância.
2. No final, a autora:
a) se posiciona a favor de todo tipo de
piada
b) recomenda a leitura de um livro
interessante sobre o assunto o qual ajuda a entender a serventia do humor
c) produz
sorrisos amarelos.
d) Diz que o humor
constrange.
3. Assinale a alternativa em que não
aparece um posicionamento da autora.
a)
só existe humor na inteligência.
b)
Humor bom é humor crítico.
c)
O humor combate a hipocrisia
d) Um
dia desses, um amigo me enviou uma piadinha por whatsapp.
e)
É o antídoto mais eficaz contra a arrogância
4. Segundo a autora o humor idiota deve
receber que atitude como resposta:
a)
ser ignorado
b) responder desacatando
c) comentar criticando
d) ser aceito normalmente
5. Assinale a alternativa em que aparece
uma comparação
a) “Pra
quem deseja ir mais fundo no assunto.”
b) “ O
humor nos insulta e nos obriga a rir de nós mesmos.”
c) “A
idiotice pode funcionar como uma válvula de escape para as tensões do dia a
dia.”
d)
“A troca de piadas tolas substitui a cervejinha no fim de tarde”.
6. Segundo o texto o humor só não deve:
a)
Inverter o estabelecido
b)
combater a hipocrisia
c)
estimular o raciocínio e a reflexão.
d)
provocar alienação
e)
nos reposicionar no mundo de uma forma menos solene e mais humana.
7. Leia as afirmativas a seguir
referentes a frase: “Humor bom é humor crítico.” e componha a
resposta correta assinalando:
I. O sujeito da frase é “ Humor”
II. A classificação é sujeito composto
III. O predicado da frase é: “ humor crítico”.
IV. O predicado é verbal
a)
Se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
b)
Se somente as alternativas III e IV estiverem corretas
c)
Se todas as alternativas estiverem corretas
d)
Se somente as alternativas I e III estiverem corretas
e)
Se nenhuma das alternativas estiverem corretas.
8. .
Leia
as afirmativas a seguir e a explicação posterior e componha a resposta correta assinalando:
I.
Ele deveria ter se tocado que não agradou e deixado por isso mesmo, mas
resolveu cobrar pelo meu silêncio. – A expressão em destaque dá ideia de
adversidade.
II.
Na frase: “Ambas prestam homenagem à sua, à minha, à nossa
inteligência.”(final do 3º parágrafo) -
se refere as formas de humor veiculadas por dois programas.
III. Na
frase: “Que eu saiba” o verbo saber está empregado no presente do
indicativo.
IV.
Pela estrutura do texto podemos dizer que é uma crônica argumentativa.
a)
Se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
b)
Se somente as alternativas III e IV estiverem corretas
c)
Se todas as alternativas estiverem corretas
d)
Se somente as alternativas I, II e IV estiverem corretas
e)
Se somente as alternativas I estiver correta.
9. Leia as afirmativas a seguir e a
explicação posterior e componha a resposta correta assinalando:
I. Humor
bom é humor crítico – Na frase a expressão em destaque funciona
como advérbio de afirmação
II. Na frase: “Eu sei”. Podemos identificar um
verbo da 1ª conjugação.
III.
Na frase: “O humor combate a hipocrisia.” As expressões em
destaque funcionam como objeto direto do verbo combater.
IV.
Humor bom é humor crítico. – o predicado é nominal
a)
Se somente as alternativas I e II estiverem corretas.
b)
Se somente as alternativas III e IV estiverem corretas
c)
Se todas as alternativas estiverem corretas
d)
Se somente as alternativas I, II e IV estiverem corretas
e)
Se somente as alternativas I estiver correta.
10. Assinale a alternativa que não
indica um tipo de humor
a) paródia
b) da
sátira,
c)
a comédia
d)
a narrativa
e)
o humor negro.
11 Assinale a alternativa cuja sequência de palavras
se acentua pela mesma regra da palavra: silêncio
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
12.
A regra que
justifica a acentuação da sequência da resposta da questão anterior é:
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
13. Assinale a alternativa cuja sequência de
palavras se acentuam pela mesma regra da palavra: íntima
a)
Máximo crítica antídoto alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
14. A sequência das palavras a seguir é
acentuada - Máximo crítica antídoto alegórica - por serem:
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
15.Assinale a alternativa cuja sequência de
palavras se acentuam pela mesma regra da palavra: vitória
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
16. A regra que justifica a acentuação da sequência da
resposta da questão anterior é:
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
17. Assinale a alternativa cuja
sequência de palavras se acentua pelo fato de serem oxítonas terminadas em
O.E.A.
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
18 Assinale a alternativa cuja sequência
de palavras se acentua pelo fato de serem paroxítona terminada em l.
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
19. Assinale a alternativa cuja
sequência de palavras se acentua pelo fato de serem hiatos;
a)
Máximo crítica antídoto íntima alegórica
b)Neurônios
arrogância. Consciência paródia
c)Notável
irreversível difícil
d)
Através está português
e)
Araújo saúde saída
20. Assinale a alternativa que indica a
regra que justifica a acentuação da palavra: além.
a) Oxítona terminada em O, E, A
b) Oxítona terminada em: em ou éns
c) paroxítona terminada em ditongo crescente
d) paroxítona terminada em l
e) proparoxítonas.
Texto 2
O DEFEITO
Note algo muito curioso. É o defeito que faz a
gente pensar. Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua viagem
calmamente, ouvindo música, sem sequer pensar que automóveis têm motores. O que
não é problemático não é pensado. Você nem sabe que tem fígado até o momento em
que ele funciona mal. Você nem sabe que tem coração até que ele dá umas batidas
diferentes. Você nem toma consciência do sapato, até que uma pedrinha entre lá
dentro. Quando está escrevendo, você se esquece da ponta do lápis até que ela
quebra.
Você não sabe que tem olhos - o que significa
que eles vão muito bem. Você toma consciência dos olhos quando eles começam a
funcionar mal. Da mesma forma que você não toma consciência do ar que respira,
até que ele começa a feder... Fernando Pessoa diz que “pensamento é doença dos
olhos”. É verdade, mas nem toda. O mais certo seria “pensamento é doença do
corpo”.
Todo
pensamento começa com um problema. Quem não é capaz de perceber e formular
problemas com clareza não pode fazer ciência. Não é curioso que nossos
processos de ensino de ciência se concentrem mais na capacidade do aluno para
responder? Você já viu alguma prova ou exame em que o professor pedisse que o
aluno formulasse o problema? (...) Frequentemente, fracassamos no ensino da
ciência porque apresentamos soluções perfeitas para problemas que nunca
chegaram a ser formulados e compreendidos pelo aluno.”
(ALVES,
Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo:
Brasiliense, 1995.)
21.
Assinale a alternativa que indica a correta temática do texto.
a) a
percepção dos defeitos
b) Quem não
é capaz de perceber e formular problemas com clareza não pode fazer ciência.
c) Todo
pensamento começa com um problema.
d) a forma
de se resolver problemas
e) Os
alunos e a ciências
22.Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua
viagem”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
23. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “Se o carro não tivesse parado, você teria continuado sua viagem”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
24.
Assinale a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada
na frase a seguir: Você não sabe que tem olhos
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
25.
Assinale a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada
na frase a seguir: Você não sabe que tem olhos
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
26. Leia a
frase: “pensamento é doença dos olhos”. e assinale a alternativa que indica a
correta classificação do predicado.
a) verbal
b) nominal
c) verbo
nominal
27. Assinale
a alternativa que indica a figura de linguagem presente na frase: : “pensamento
é doença dos olhos”.
a)
comparação
b) metáfora
c)
hipérbole
d)
sinestesia
e)
personificação
28. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir Você toma consciência dos olhos quando eles começam a funcionar
mal.
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
29. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Você toma consciência dos olhos quando eles começam a funcionar
mal.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
30. Assinale
a justificativa do acento do verbo ter na frase: “E em sequer pensar que
automóveis têm motores”.
a) por
estar no singular
b) por
estar no plural.
31. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções
perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e compreendidos
pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
32.
Assinale a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada
na frase a seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos
soluções perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e
compreendidos pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
coordenada sindética explicativa
33. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções
perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e
compreendidos pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adjetiva restritiva
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
34. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir: “ Fracassamos no ensino da ciência porque apresentamos soluções
perfeitas para problemas que nunca chegaram a ser formulados e compreendidos
pelo aluno.”
a) oração
coordenada assindética
b) oração
principal
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
Leia o
texto seguinte:
Levantamento
inédito com dados da Receita revela quantos são, quanto ganham e no que
trabalham os ricos brasileiros que pagam impostos. (…) Entre os nove que ganham
mais de 10 milhões por ano, há cinco empresários, dois empregados do setor
privado, um que vive de rendas. O outro, quem diria, é servidor público.
35. Assinale
a alternativa que indica a correta classificação da oração destacada na frase a
seguir :”Os ricos brasileiros que pagam impostos”
a) oração
subordinada adjetiva restritiva
b) oração
subordinada adjetiva explicativa
c) oração
subordinada adverbial condicional
d) oração
subordinada adverbial temporal
e) oração
subordinada substantiva objetiva direta.
36. Na
frase: O outro, quem diria, é servidor público as expressões em destaque
vem entre vírgulas porque se constituem em um:
a) aposto
b) vocativo
37. O
fracasso do ensino das Ciências só não se deve por:
a) ensino
de ciência se concentrem mais na capacidade do aluno para responder
b) a
incapacidade de formular problemas reais a serem respondidos.
c)
incompreensão dos problemas reais e suas soluções
e)ao
desenvolvimento da capacidade de formular e responder problemas reais.
38.
No primeiro quadro encontramos um por que separado. Assinale a alternativa que
indica a justificativa de seu emprego:
a)
início de pergunta ou início de frases interrogativas.
b)
no meio de frases como resposta e passível de ser substituído por pois.
c)
no final de perguntas.
d)
no meio de frases como pronome relativo
39.
No segundo quadro encontramos um porque junto. Assinale a alternativa que
indica a justificativa de seu emprego:
a)
início de pergunta ou início de frases interrogativas.
b)
no meio de frases como resposta e passível de ser substituído por pois.
c)
no final de perguntas.
d)
no meio de frases como pronome relativo
O brasileiro não lê
Danilo Venticinque
O brasileiro não lê. Ao menos é isso
que eu tenho escutado. Por obrigação profissional e por obsessão nas horas
vagas, costumo conversar muito sobre livros. Com uma frequência incômoda, não
importa qual é a formação de quem fala comigo, essa frase se repete. Amigos,
taxistas, colegas jornalistas, escritores e até executivos de editoras já me
disseram que o brasileiro não lê.
Quando temos dificuldade para entender
uma frase, uma boa técnica de aprendizado é repeti-la várias vezes. Um dos meus
primeiros professores de inglês me ensinou isso. Nunca pensei que fosse usar
esse truque com uma frase em português. Mas, depois de ouvir tantas vezes que o
brasileiro não lê, e de discordar tanto dos que dizem isso, resolvi tentar
fazer esse exercício. Talvez enfim eu os entenda. Ou talvez eu me faça
entender.
O brasileiro não lê, mas a quantidade
de livros produzidos no Brasil só cresceu nos últimos anos. Na pesquisa mais
recente da Câmara Brasileira do Livro, a produção anual se aproximava dos 500
milhões de exemplares. Seriam aproximadamente 2,5 livros para cada brasileiro,
se o brasileiro lesse.
O brasileiro não lê, mas o país é o
nono maior mercado editorial do mundo, com um faturamento de R$ 6,2 bilhões.
Editoras estrangeiras têm desembarcado no país para investir na publicação de
livros para os brasileiros que não leem. Uma das primeiras foi a gigante
espanhola Planeta, em 2003. Naquela época, imagino, os brasileiros já não liam.
Outras editoras vieram depois, no mesmo movimento incompreensível.
O brasileiro não lê, mas desde 2004 o
preço médio do livro caiu 40%, descontada a inflação. Entre os motivos para a
queda estão o aumento nas tiragens, o lançamento de edições mais populares e a
chegada dos livros a um novo público. Um mistério, já que o brasileiro não lê.
O brasileiro não lê – e os poucos que
leem, é claro, são os brasileiros ricos. Mas a coleção de livros de bolso da
L&PM, conhecida por suas edições baratas de clássicos da literatura, vendeu
mais de 30 milhões de exemplares desde 2002. Com seu sucesso, os livros
conquistaram pontos de venda alternativos, como padarias, lojas de
conveniência, farmácias e até açougues. As editoras têm feito um esforço
irracional para levar seu acervo a mais brasileiros que não leem. Algumas já
incluíram livros nos catálogos de venda porta-a-porta de grandes empresas de
cosméticos. Não é preciso nem sair de casa para praticar o hábito de não ler.
O brasileiro não lê, mas vez ou outra
aparecem best-sellers por aqui. Esse é o nome dado aos autores cujos livros
muitos brasileiros compram e, evidentemente, não leem. Uma delas, a carioca
Thalita Rebouças, já vendeu mais de um milhão de exemplares. Seus textos são
escritos para crianças e adolescentes – que, como todos sabemos, trocaram os
livros pelos tablets e só querem saber de games. Outro exemplo é Eduardo Spohr,
que se tornou um fenômeno editorial com seus romances de fantasia. Ele é o
símbolo de uma geração de novos autores do gênero, que escrevem para centenas
de milhares de jovens brasileiros que não leem.
O brasileiro não lê – e, mesmo se
lesse, só leria bobagens. Mas, há poucos meses, um poeta estava entre os mais
vendidos do país. Em algumas livrarias, a antologia Toda poesia, de
Paulo Leminski (1944-1989), chegou ao primeiro lugar. Ultrapassou a
trilogia Cinquenta tons de cinza, até então a favorita dos brasileiros
(e brasileiras) que não leem.
Na semana passada, mais de 40 mil
brasileiros (que não leem) eram esperados no Fórum das Letras de Ouro Preto. Eu
estava lá. Nas mesas de debates, editores discutiam maneiras de tornar o livro
mais barato e autores conversavam sobre a melhor forma de chamar a atenção dos
leitores. Um debate inútil, já que o brasileiro não lê. A partir desta semana,
entre 6 e 16 de junho, a Feira do Livro de Ribeirão Preto (SP) deve receber
mais de 500 mil pessoas. Na próxima segunda-feira (10), começa a venda de
ingressos para a cultuada Festa Literária Internacional de Paraty, que inspirou
festivais semelhantes em várias outras cidades do país. Haja eventos literários
para os brasileiros que não leem.
Na pesquisa Retratos da Leitura,
divulgada no ano passado, metade dos brasileiros com mais de 5 anos disse não
ter lido nenhum livro nos últimos três meses. É compreensível, num país em que
há poucas livrarias, as bibliotecas públicas estão abandonadas e 20% das
pessoas entre 15 e 49 anos são analfabetas funcionais. Mas há outra metade. São
88,2 milhões de leitores. Alguns se dedicam mais à leitura; outros,
provavelmente a maior parte deles, são leitores ocasionais. Há um enorme
potencial para crescimento, mas já é um número animador.
Os brasileiros começaram a ler. Falta
começar a mudar o discurso. Em vez de reclamar dos brasileiros que não leem, os
brasileiros que leem deveriam se esforçar para espalhar o hábito da leitura.
Espalhar clichês pessimistas não vai fazer ninguém abrir um livro.
Eu poderia ter repetido tudo isso para
cada pessoa de quem ouvi a mesma frase feita. Mas resolvi escrever, porque
acredito que o brasileiro lê.
http://revistaepoca.globo.com//cultura/danilo-venticinque/noticia/2013/06/o-brasileiro-nao-le.html
40. O autor do texto defende a tese de que
a) o Brasileiro lê
pouco e só bobagens.
b) os poucos
brasileiros que leem são os ricos.
c) os brasileiros
leem, só falta mudar o discurso.
d) o preço médio do
livro sofreu uma queda de 40%.
e) o Brasil é o nono maior mercado editorial do mundo.
41.No texto o negrito utilizado nas expressões “chegou ao
primeiro lugar” e “poucas livrarias”
indica
a) ironia.
b) crítica.
c) ênfase.
d) opinião.
e) informalidade.
42. Na frase “O brasileiro não lê, mas vez ou outra aparecem
best-sellers por aqui.” o termo sublinhado estabelece uma relação de
a) causa
(B) conclusão.
(C) finalidade.
(D) comparação.
(E) adversidade.
43. Em qual das
citações abaixo está expressa uma opinião do autor?
a) “Na pesquisa mais recente da Câmara Brasileira do Livro, a produção
anual se aproximava dos 500 milhões de exemplares.”
b) “Mas a coleção de livros de bolso da L&PM, conhecida por suas
edições baratas de clássicos da literatura, vendeu mais de 30 milhões de
exemplares desde 2002.”
c) “Nas mesas de debates, editores discutiam maneiras de tornar o livro
mais barato e autores conversavam sobre a melhor forma de chamar a atenção dos
leitores.”
d) “Na pesquisa Retratos da Leitura, divulgada no ano passado, metade
dos brasileiros com mais de 5 anos disse não ter lido nenhum livro nos últimos
três meses.”
e) “Em vez de reclamar dos brasileiros que não leem, os brasileiros que
leem deveriam se esforçar para espalhar o hábito da leitura.”
BRAGA, Jorge. O Popular, Goiânia.
44. Infere-se do texto que o eleitor está
a) censurando a
política partidária nacional.
b) descontente com o
assédio dos candidatos.
c) reclamando do
excesso de candidatos a cargos políticos.
d) desinteressado em
conhecer pessoalmente os candidatos.
e) criticando o excesso de assédio do eleitor para com os políticos.
L
Leia o texto abaixo e, a seguir,
responda:
Acrobata da Dor
Cruz e Sousa
Gargalha, ri, num
riso de tormenta, como um palhaço, que desengonçado, nervoso, ri, num riso
absurdo, inflado de uma ironia e de uma dor violenta. Da gargalhada atroz,
sanguinolenta, agita os guizos, e convulsionado salta, gavroche, salta clown,
varado pelo estertor dessa agonia lenta ...
Pedem-se bis e um bis
não se despreza! Vamos! retesa os músculos, retesa nessas macabras piruetas
d'aço... E embora caias sobre o chão, fremente, afogado em teu sangue estuoso e
quente, ri! Coração, tristíssimo palhaço.
Gavroche - palavra francesa que significa “os garotos de Paris”
Clown - proveniente do inglês, “palhaço”.
Retesar – esticar, tornar rijo.
Estuoso - tempestuoso; agitado.
Disponível em:
http://pensador.uol.com.br/frase/NTU1MzUw/. Acesso em: 04/11/2013.
45. O tema do poema é
a) a violência da dor.
b) a tristeza do coração.
c) a dissimulação da dor.
d) a agonia de um palhaço.
e) a gargalhada de um palhaço.
46. Leia as frases e complete a, à as e
às, segundo as normas de emprego da crase e depois assinale a resposta correta;
I Voltamos ___
casa antes da chuva.
II. Após ___
compras, retornemos ___ casa de tua avó.
III. De volta
___ terra, o pescador descansou.
IVA medalha foi
dada ___ aluna mais aplicada, mas não ___ qualquer aluna.
V. Pedrinho
traja-se ___ antiga.
VI. Fui ___ São
Paulo, ___ tardinha.
VII. Sentei-me ___ beira do rio e passei ___
meditar.
a) a – as, à –
a – à, a – à – a, à- à, a
b) à – às, a –
à – a, a – a-a, a – a –a
c) a – às, a –
a – a, a – a – a, a – a ,a
47.Em “eu também não obedecia à minha
mãe”, analise a questão que melhor justifique o emprego da crase:
a) Antes de
pronomes possessivos masculinos há o uso obrigatório da crase.
b) O uso da
crase é opcional, pois geralmente o acento indicador da existência de crase é
facultativo antes de pronomes possessivos femininos.
c) Para saber se
há crase antes do pronome possessivo feminino, basta substituí-lo por um
pronome possessivo masculino: se no masculino aparecer ao ou aos, então não
haverá crase no feminino.
d) A crase nunca
deverá ser empregada antes de pronomes possessivos femininos.