domingo, 1 de março de 2009

Money, Money
Martha Medeiros – Zero Hora- 16 de agosto de 2004
Eu gosto de dinheiro, você também gosta, todo mundo gosta. Não é pecado nenhum. O dinheiro possibilita que a gente viva com dignidade e prazer, e tanto uma coisa quanto a outra é de primeira necessidade. Mas há um limite entre o que se deve e o que não se deve fazer por dinheiro. Trabalhar por dinheiro? Básico. Apostar na loteria? Se você tem sorte, tente. Uma herança? É justo. Mesada? Sendo pirralho demais pra trabalhar, ok, mesada. E vamos encerrando o primeiro parágrafo por aqui, porque agora vem a parte podre, chamada ganância.
Cerca de 450 pessoas morreram dentro de um supermercado paraguaio porque os seguranças trancaram as portas para ninguém sair sem pagar. "Vamos lá, todo mundo se coçando, nada de desculpa, que fogo, o quê". Ainda que eles não tenham dimensionado o tamanho da encrenca, ainda assim, por breves instantes, foi isso que passou pela cabeça deles: o patrão não pode ter prejuízo senão nosso emprego dança.
Dias depois desta tragédia, uma peruana viajava num ônibus quando este foi assaltado. Os ladrões entraram no veículo e começaram a recolher dinheiro e outros pertences dos passageiros. Ela, lá no fundo, no banco de trás, tinha 800 dólares na bolsa. Antes que eles chegassem perto, ela não teve dúvida: engoliu as notas todinhas, a seco, sem água, gelo e limão. Não avaliou os riscos. Se os ladrões a vissem fazendo isso, poderiam ter se irritado e atirado nela - a gente sabe que um marginal armado não é exatamente um exemplo de candura. Mas não foi o que aconteceu, felizmente. O desfecho foi que a cidadã foi parar no hospital para uma lavagem estomacal. Da grana, nunca mais se teve notícia.
Mulheres sonham engravidar de sujeitos que elas conhecem de ouvir falar - um tal de Romário, um tal de Ronaldinho, um tal de Diego. Homens, da mesma forma, procuram aproximar-se de quem possa lhes abrir portas - de preferência, do cofre. Pessoas ostentam. Pessoas vivem em desacordo com sua realidade. Pessoas fazem trambiques. Pessoas mantêm relações de interesse. Pessoas se humilham, se vendem, se prostituem das mais mais diversas formas. Por quê? Porque nada mais faz sentido nesta vida senão o dinheiro. E quanto mais se vive em função dele, mais miseráveis ficamos.

Assinale a alternativa cuja idéia está contida no texto.
a) Tudo pode ser justificado por dinheiro
b) Ter dinheiro é preciso, mas nem todas as atitudes justificam isso.
c) Segundo a autora é normal a atitude de certas mulheres que querem engravidar de homens famosos.
d) Só o dinheiro faz sentido na vida.

Assinale a alternativa que indica a temática do texto:
a) Na sociedade atual a maioria das relações se dá por interesses.
b) O dinheiro é básico para a vida
c) Fazer trambiques é normal
d) Todo mundo precisa de dinheiro

Todas as alternativas se constituem em exemplos de ganância pelo dinheiro, exceto:
a) 450 pessoas morreram em um incêndio num supermercado paraguaio porque os empregados não deixaram ninguém sair com medo de não pagarem a conta.
b) Uma peruana ao ser assaltada de posse de muitos dólares engoliu-os necessitando de uma lavagem estomacal
c) . O dinheiro possibilita que a gente viva com dignidade e prazer, e tanto uma coisa quanto a outra é de primeira necessidade.
d) Engravidar de homens famosos é um meio de abrir as portas dos cofres.

Indique a alternativa em que a posição da autora fica mais evidente.
a) quanto mais se vive em função dele, mais miseráveis ficamos.
b) há um limite entre o que se deve e o que não se deve fazer por dinheiro
c) Trabalhar por dinheiro? Básico
d) Mulheres sonham engravidar de sujeitos que elas conhecem de ouvir falar

Assinale a alternativa que indica o canal em que se veiculou esse texto:
a) rádio b) livro c) Zero Hora d) Jornal

Quanto à estrutura do texto, podemos dizer que estamos diante de uma crônica, pois a autora parte da experiência pessoal para comentar fatos cotidianos. Nos parágrafos 2. 3 e 4 cita exemplos que comprovam os hábitos gananciosos das pessoas. Que relação existe entre os fatos e o tema da crônica?Argumente.








Com essa estrutura textual percebemos que a intenção da autora é:
a) relatar fatos b) refletir sobre a importância do dinheiro na vida das pessoas
c) questionar as relações d) fazer um texto

Análise Lingüística:
Assinale a alternativa em que não há relação de coerência entre a frase e o que é dito posteriormente.
a) Mas há um limite entre o que se deve e o que não se deve fazer por dinheiro- A expressão em destaque funciona como uma conjunção coordenada adversativa e poderia ser substituída por porém sem alterar sentido
b) Mas há um limite entre o que se deve e o que não se deve fazer por dinheiro – a expressão em destaque funciona como um pronome demonstrativo, pois poderia ser substituído por aquilo sem alterar sentido.
c) "Vamos lá, todo mundo se coçando, nada de desculpa, que fogo, o quê". Ainda que eles não tenham dimensionado o tamanho da encrenca. – As frases entre aspas indicam possíveis diálogos para justificar a atitude de não deixar ninguém sair.
d) Nada mais faz sentido nesta vida senão o dinheiro. E quanto mais se vive em função dele, mais miseráveis ficamos. – A expressão em destaque funciona como pronome pessoal do caso reto e tem como referente o amor.

Eu gosto de dinheiro, você também gosta, todo mundo gosta. Não é pecado nenhum. Considerando a frase anterior podemos dizer que ela é constituída por várias orações coordenadas, quantas?
a) duas b) três c) quatro d) cinco

O dinheiro possibilita/ que a gente viva com dignidade/ e prazer. Considerando a frase podemos dizer que se constitui de períodos mistos subordinado e coordenado Classificamos a última oração como:
a) oração coordenada sindética aditiva b) oração coordenada assindética
c) oração principal d) oração coordenada sindética adversativa.

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