Texto : 1 Eco
e Narciso
Eco era o nome de uma ninfa muito tagarela, que
conversava muito e sem pensar. Não conseguia ouvir em silêncio quando alguém
estava falando. Sempre se intrometia e interrompia, nem que fosse para
concordar e repetir o que o outro dizia. Um dia, fez isso com a ciumenta deusa
Juno, quando ela andava pelos bosques furiosa, procurando o marido Júpiter, que
brincava com as ninfas. A tagarelice de Eco atrasou a poderosa Juno, que
resolveu:
— De agora em diante, sua língua só vai servir para o mínimo possível.
E a partir desse dia, a coitada da Eco só podia mesmo repetir as últimas
palavras do que alguém dissesse. [...]
Por isso, algum tempo depois, quando ela viu um rapaz belíssimo e se
apaixonou por ele, tratou de ir atrás sem dizer nada, em silêncio.
Esse rapaz se chamava Narciso e dizem que foi o homem mais bonito e
deslumbrante que já existiu. Todo mundo se enamorava dele, que nem ligava. Eco
ficou louca por Narciso e o seguia por toda parte. Bem que tinha vontade de se
aproximar e confessar seu amor, mas não tinha mais sua própria fala... [...] Só
lhe restava ficar escondida, por perto, esperando que ele dissesse alguma coisa
que ela pudesse repetir.
Um dia, o belo Narciso estava passeando no bosque com uns amigos, mas se
perdeu do grupo e não conseguiu encontrá-los. Começou a chamar:
— Tem alguém aqui?
Era a chance da ninfa! E ela logo respondeu, ainda escondida:
— Aqui! Aqui!
Espantado, Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Chamou:
— Vem cá!
Ela repetiu:
— Vem cá! Vem cá!
[...]
O rapaz não desistiu:
— Vamos nos encontrar...
Toda feliz, Eco saiu do meio das árvores e correu para abraçá-lo,
repetindo:
— Vamos nos encontrar...
Mas ele fugiu dela, gritando:
— Pare com isso! Prefiro morrer a deixar que você me toque!
A pobre Eco só podia repetir:
— Que você me toque... que você me toque...
E saiu correndo, triste e envergonhada, para se esconder no fundo de uma
caverna. Sofreu tanto com essa dor de amor, que foi emagrecendo, definhando,
até perder o corpo, desaparecer por completo e ficar reduzida apenas a uma voz,
repetindo as palavras dos outros — isso que nós chamamos de eco.
Narciso continuou sua vida, sempre da mesma maneira. Sem ligar para
ninguém, nunca se importando com os outros, brincando com o sentimento alheio.
Até que alguém, que ele fez sofrer muito, rezou para Nêmesis, a deusa do
Destino, e pediu:
— Que ele possa amar alguém tanto como nós o amamos! E que também seja
impossível que ele conquiste seu amor!
Nêmesis ouviu essa oração. Achou que era justa e resolveu atender ao
pedido. Havia no fundo do bosque um laguinho de águas cristalinas e tranquilas,
onde nunca vinha um animal beber água e não caíam folhas ou galhos secos — um
verdadeiro espelho. Era cercado por uma grama verdinha e macia, e muito fresco.
Um lugar gostosíssimo.
Um dia, no meio de uma caçada, Narciso passou por ali. Com sede resolveu
tomar um pouco d’água. Deitando na margem, com a cabeça debruçada sobre o lago,
ficou encantado pelo belíssimo reflexo que via. Nunca tinha se visto num
espelho e não sabia que era a sua própria imagem. Mas imediatamente se apaixonou,
maravilhado por tanta beleza. Ficou ali parado, contemplando aquele rosto mais
bonito do que jamais vira. [...]
Os amigos apareceram para procurá-lo, mas ele não deu atenção.
Chamaram-no para ir embora, mas ele ficou. Olhando o reflexo no lago.
[...]
Muito tempo Narciso ficou ali, sem comer nem dormir, admirando aquele
ser por quem estava
tão apaixonado.
Chorou — e suas lágrimas caíram sobre a imagem, que chorava com ele, e ficou
turva.
— Ai de mim! — gemia ele.
A única resposta que tinha era de Eco, sempre escondida:
— Ai de mim!
[...]
Desinteressado de tudo, cada vez mais fascinado por si mesmo, foi
definhando. Ao perceber que ia morrer, suspirou:
— Adeus!
Fechou os olhos, deixou cair a cabeça sobre a grama. Na água, o rosto
sumiu. Só Eco respondeu:
— Adeus!
Mais tarde, os amigos voltaram. Mas já o encontraram morto.
Prepararam tudo para o funeral, mas, quando vieram pegar o corpo, não
estava mais lá. Em seu lugar nascera uma flor perfumada e linda, com uma
estrela de pétalas brancas em volta de um miolo amarelo. Para sempre chamada de
narciso.
Ana Maria Machado. In: O tesouro das virtudes para crianças. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 65-69.
- Assinale a alternativa correta em relação ao
texto:
a)
Dizemos que uma pessoa narcisista é aquela que se considera bonita,
vaidosa e orgulhosa
b)
Uma pessoa é narcisista porque ouviu a história de Narciso
c)
Narciso se apaixona por Eco
d)
Eco sempre foi e continua sendo
muito tagarela
- Assinale a alternativa incorreta em relação ao
texto:
a)
Juno resolveu que a língua de Eco serviria o mínimo possível.
b) Entristecida vai para o fundo da
caverna e morre, só restando sua voz.
c) Eco se apaixona por Narciso.
d) Narciso se apaixona por Eco.
- Leia as
afirmativas a seguir sobre a frase
a seguir: “ Um
dia, o belo Narciso estava passeando no bosque com uns amigos, mas se
perdeu do grupo e não conseguiu encontrá-los e componha a resposta
certa assinalando:
I.
O sujeito da frase é Narciso
II.
O referente do pronome pessoal do caso oblíquo los de encontra-los
é amigos
III.
A conjunção mas é adversativa
IV.
A palavra belo é um adjetivo,
pois atribui uma qualidade ao Narciso
a)
Estão corretas apenas a alternativa I e IV
b)
Estão corretas apenas a alternativa II e IV
c)
Estão corretas apenas a alternativa III e IV
d)
Todas as alternativas estão corretas.
- O texto
está escrito em que pessoa do discurso:
a) 1ª b) 2ª c) 3ª d)
4ª
- O narrador é:
a)
Personagem
b)
Testemunha
c)
Onisciente
d)
Observador
- O
prefixo im na palavra: “impossível” possui sentido de:
a)
Direção b)
Intensidade c) Negação d) Movimento para dentro.
7. Eco só podia mesmo repetir as últimas palavras do que alguém dissesse. Assinale a alternativa que indica o tempo e o
modo do verbo em destaque na frase anterior.
a) presente do modo indicativo
b) pretérito imperfeito
do indicativo
c) presente do
subjuntivo
d) pretérito imperfeito
do subjuntivo
8. Assinale a alternativa que indica respectivamente a conjugação dos
verbos sublinhados na frase a seguir: “Eco era o nome de uma ninfa muito
tagarela, que conversava muito e sem pensar.”
a)
1ª,
3ª e 2ª
b)
2ª,
1ª e 1ª
c)
1ª,
2ª e 3ª
d)
1ª,
2ª e 2ª
Texto
2 Uma noite, um velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que
acontece dentro das pessoas. Ele disse, “Meu filho, a batalha é entre dois “
lobos” dentro de todos nós.
Um é Mal. É a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto,
cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade,
mentiras, orgulho falso, superioridade e ego
O outro é Bom. É alegria, paz, esperança, serenidade,
humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e
fé.”
O neto pensou naquilo por alguns minutos e perguntou ao seu
avô: “Qual lobo vence?”
O velho Cherokee simplesmente respondeu, “O que você
alimenta.”
Internet
9.
De acordo com o texto e correto afirmar que:
a)
um velho Cherokee contou ao neto que o lobo que
sempre vence é o do mau.
b)
Segundo o velho dentro das pessoas se trava uma
batalha entre dois lobos. Um que representa o mal e outro, o bem.
c)
O velho Cherokee respondeu que ele sempre deveria alimentar o bem.
d)
O vencedor das batalhas é sempre o sentimento mais controlado.
10. A resposta do velho a “O que você alimenta.”
evidencia que:
a)
não há opção a ser feita
b)
há duas opções e cada um faz escolhas
c)
há a possibilidade de opção só do bem
d)
há a possibilidade de opção só do mal
11.
Quanto ao final do texto fica evidente que:
a)
a força do bem é a maior b)
a força do mal é a maior
c)
a força maior é aquela que a pessoa alimenta d) a força maior é a sabedoria do velho.
12.
Considerando o texto como uma história, conclui-se que é uma
a)
fábula b)parábola c)editorial d) conto
13.
Qual a finalidade desse tipo de texto:
a)
entretenimento b) reflexão c) ação d) moral
14.
A temática do texto é:
a)
o bem b) o mal c) os sentimentos d)A conversa com o avô
15.
Qual o canal, veículo ou suporte do qual o texto foi extraído?
a)
jornal b)
revista c)
livro d)
internet
16.
Uma noite, um velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que
acontece dentro das pessoas. Ele disse, “Meu filho, a batalha é
entre dois ”lobos” dentro de todos nós.Qual o termo referido anteriormente pela
expressão em destaque:
a)
velho b) neto c) batalha d) pessoas
17. Uma noite, um velho Cherokee contou ao seu
neto sobre uma batalha que acontece dentro das pessoas. Ele disse, “Meu
filho, a batalha é entre dois ”lobos” dentro de todos nós.” A frase em destaque encontra-se no texto entre
aspas, pois:
a)indica que a
idéia está confusa b)
indica uma fala ou diálogo
c) indica que
o narrador fez uso da palavra d)quer
reforçar uma idéia.
18. Uma noite,
um velho Cherokee contou ao seu neto sobre uma batalha que acontece dentro das
pessoas. Ele disse, “Meu filho, a batalha é entre dois “lobos”
dentro de todos nós.” A expressão em destaque esta empregada em que sentido da
língua e significa:
a)
denotativo- pavor b)
conotativo – forças
c)
conotativo animal d)
denotativo - selvagem
Texto 3 - O Pato
Vinícius de Moraes/Toquinho
Lá vem o Pato
Pata aqui, pata acolá
La vem o Pato
Para ver o que é que há.
O Pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De jenipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela.
19. O motivo do pato ir para panela, foi:
a) Travessura.
b) Cautela.
c) Firmeza.
d)Confiança
.
Texto 4 . -
Leia a piada
abaixo para responder a questão 21:
Juquinha foi visitar o Museu Histórico. Aí, cansou
de andar e sentou-se numa cadeira belíssima que estava no centro da sala. Veio
o guarda:
- Meu filho, você não pode sentar aí. Esta cadeira
é do Pedro I.
E o Juquinha:
- Não tem problema. Quando ele chegar eu me
levanto!
Fonte: Lucas Samuel,
Jaboatão/Pernambuco. Revista Ciência Hoje das crianças, nº 78 - Março/1998.
20. O Pedro I da piada era:
a) Amigo
do Juquinha.
b) Guarda
do museu.
c) Professor
de história.
d) Imperador do
Brasil
21. No 2º parágrafo o travessão indica:
a) o narrador
b) a fala do Juquinha
c) a fala do guarda
d) o narrador é o museu
Texto 5. 1 - Manual de etiqueta sustentável
50 Dicas para enfrentar o aquecimento global e outros desafios da
atualidade.
“Passe adiante este manual. Discuta-o
com os amigos, vizinhos, o pessoal do prédio.
Dissiminar as práticas aqui sugeridas é uma atitude sustentável. Depois
de lido e discutido, recicle a revista. Ou faça origamis, calço de mesa.
Aproveite o embalo para ajudar uma ONG. Melhor: invente sua própria ONG e cobre
ações de seus representantes. O futuro a
gente faz agora”.
Fonte:
http://planetasustentavel.abril.com.br/cartilha/
Texto 5.2
“Nossas ideias comprometidas com o bem comum, são
como sementes. Se as guardamos, nunca darão frutos. Se as distribuímos, estamos
possibilitando que os outros as plantem e colham os frutos de um novo mundo,
melhor e possível.”
Beatriz Dornelas - Fonte:
http://noticias.ambientebrasil.com.br/
22. Os
textos lidos tratam do mesmo assunto. Sobre o que eles falam:
a) A
necessidade de plantar árvores.
b) A
valorização da conversa entre os amigos.
c) Os
cuidados que devemos ter ao plantar e colher.
d) A importância de
partilhar ideias e práticas visando o bem comum.
23. Assinale a alternativa que indica o
correto referente das expressões em destaque da frase a seguir: “Se as guardamos, nunca
darão frutos. Se as distribuímos, estamos possibilitando que os outros as plantem
e colham os frutos de um novo mundo.”
a) sementes
b) ideias
c) frutos
d) plantas
24. Assinale a alternativa que indica a
figura de linguagem presente na frase a seguir: “Nossas
ideias
comprometidas com o bem comum, são como sementes”.
a) metáfora
b) comparação
c) personificação
d) hipérbole
25. Se as distribuímos, estamos
possibilitando que os outros as plantem e colham
os frutos de um novo mundo. Assinale a palavra ( conjunção) que indica condição
para disseminar as ideias:
a) se
b) as
c) os
d)um.
Texto 6 : Câmeras na escola – ZH
04/06/2013 – Márcio Corso
Entrei na escola com
cinco anos. Fui sempre o mais novo da turma, tinha entre um e dois anos menos
do que os colegas. O físico tampouco ajudava, franzino e míope. Não venham me
ensinar o que é bullying, sei o que é ir para a aula e enfrentar o pátio. Isso
me tornou sensível a propostas que tentam diminuir o mal-estar na vida escolar.
A discussão sobre o uso de câmeras nas escolas me tocou.
As câmeras de
vigilância estão em todos os lugares. No começo, a novidade incomodava, evocava
um mundo controlado, totalitário. Mas logo nos demos conta de que elas inibem e
esclarecem crimes, ajudam em coisas
prosaicas como controlar o trânsito. É uma vigilância barata, segura,
muitas mais virão.
Porém, a presença de
câmeras na escola coloca outras questões. O objetivo seria o mesmo, proteger e
prevenir. As intenções são louváveis, mas elas esquecem um fator fundamental: a
escola é a primeira socialização não controlada pelos pais e é necessário que
assim seja. Com o olhar vigilante e onipresente da família, não se cresce.
Crescemos quando resolvemos sozinhos nossos problemas, quando administramos
entre os colegas as querelas nem sempre fáceis. Entre as crianças, inúmeras
rusgas se resolvem sozinhas, os pais nem ficam sabendo, e é ótimo que assim
seja.
O bullying deve ser
combatido, mas não dessa forma. O preço a pagar pela suposta segurança
compromete a essência de uma das funções da escola, que é aprender a viver em
sociedade sem os pais e a sua proteção, evocada pela presença da câmera.
Na sala de aula e no
pátio da escola, cada um vale por si. É preciso aprender a respeitar e ser
respeitado. Nós todos já passamos por isso e sabemos como era difícil. Não
existe outra forma, é isso ou a infantilização perpétua. A transição da casa
para a escola nunca vai ser amena.
Essa proposta de vigilância não se ancora em
razões pedagógicas, e sim na angústia dos pais em controlar seus filhos. Não
creio que seja a escola que reivindica câmeras, mas quem a paga. São os pais
inseguros que querem estender seu olhar para onde não devem. Existe uma
correlação forte entre pais controladores e filhos imaturos, adolescentes
eternos que demoram para assumir responsabilidades. É possível cuidar dos
nossos filhos mesmo permitindo a eles experiências longe dos nossos olhos. A
escola é deles, esse é o seu espaço e seu desafio. A escola ajuda seus filhos a
crescer e eles não estão sozinhos, os professores estão lá, acredite neles.
Puxe da memória, muito do que somos foi por ter enfrentado o pátio.
26.
Assinale a alternativa que indica a
temática do texto é a colocação de câmeras de vigilância
a) no
trânsito
b)
na escola
c)
nas casas
d) nas ruas
27. Assinale a alternativa que indica a posição do
escritor em relação ao assunto
a) é favorável a colocação de câmeras
nas escolas
b) é
contrário a colocação de câmeras na escola
c) é contrário a colocação de câmaras
para combate de crimes
d) é contra o combate do bullying
28. Assinale o argumento usado pelo autor do texto
para justificar a sua posição
a) a segurança do aluno não pode
comprometer a função primeira da escola que é ensinar a se socializar e a
conviver
b) o bullying deve ser combatido com o
uso de câmaras
c) as câmaras acabarão com a
infantilização das crianças
d) as câmaras contribuirão para as
crianças assumirem suas responsabilidades
29. Assinale a única alternativa que não se
constitui em argumento usado pelo autor para defender sua posição.
a) As câmaras interferem negativamente
no processo de ensino e aprendizagem
b) As câmaras transformarão as crianças
em adultos infantilizados
c) A escola é um espaço que desafia os
sujeitos a evoluírem em suas relações, tornando os sujeitos em serem autônomos.
d) Não dá para acreditar nos
professores
30.
Assinale a alternativa em que não podemos perceber a presença do autor
a)
Isso me tornou sensível a propostas que tentam diminuir o mal-estar na
vida escolar.
b)
Não creio que seja a escola que reivindica câmeras, mas quem a paga.
c)
Crescemos quando resolvemos sozinhos nossos problemas, quando
administramos entre os colegas as querelas nem sempre fáceis.
d)
As câmeras de vigilância estão em todos os lugares.
Qual é a sua opinião
sobre esse assunto? Faça um texto
tentando argumentar a sua posição favorável ou não a instalação de câmeras de
vigilância nos pátios e em sala de aula.
Não esqueça de colocar título no texto.