A LENDA DA ESTRELA AZUL
Sonia Santoro
Dizem que no céu a
noite era tão escura,
Que nada mesmo se
podia ver.
Em gesto de amor e
bondade pura,
Resolveu o criador
luz no céu acender.
Mandou que se
fizesse grande manto,
Onde bordadeiras
habilidosas
Bordariam, com
muita graça e encanto,
Estrelas que seriam
luminosas.
As estrelas teriam
seu papel:
Elas deveriam
sempre brilhar,
Para, juntas,
iluminar o céu,
E, assim, todas as
noites clarear.
Seu brilho, cada
qual conquistaria,
Com o amor que
pudesse irradiar;
Mas bem apagadinha
ficaria,
Se não conseguisse
aprender a amar.
Cada estrela teria
sua cor,
E elas numa só cor
se fundiriam.
Iluminadas pelo
mesmo amor,
Do amor divino a
luz refletiriam.
Chegam logo as mais
hábeis bordadeiras,
E prestativas se
põem a bordar.
Já se podia ver,
pelas primeiras,
Que estrelas lindas
iriam brilhar.
Não mais no céu
tantas noites escuras,
Pois, com muito
brilho, aquelas estrelas,
Acenderiam luzes
nas alturas,
Trazendo o divino
amor a envolvê-las.
Acontece, porém,
que o que se conta,
É que o tão
esperado brilho não veio.
A última estrela
estava quase pronta;
O céu, no entanto,
ainda escuro e feio.
A lenda conta que a
estrela amarela,
Tentou, mas a sua
luz não acendeu,
Pois de todas
julgando-se a mais bela,
Ao orgulho e a
vaidade logo cedeu.
Da mesma forma, por
ser orgulhosa,
E por em si mesma
apenas pensar,
Não conseguiu
acender, a estrela rosa,
A sua luz, para no
céu brilhar.
E a estrela cinza,
na noite perdida,
Entregando-se à
vícios e paixões,
Não valorizou a dádiva
da vida,
Desequilibrou as
suas emoções.
O céu, portanto,
fadado estaria,
A uma triste
completa escuridão.
Mas eis que já se
entrevia a alegria:
Uma luz se acendeu
na imensidão!
E dizem que bem na
direção sul,
Em meio a toda
aquela escuridão,
Com brilho intenso,
pôde a estrela azul,
Acender a luz do
seu coração.
Justamente aquela
última estrelinha,
Em quem ficara
faltando uma ponta,
Porque havia
acabado toda a linha,
Quando ela já
estava ficando pronta...
Mas mesmo lhe
faltando uma das pontas,
O seu brilho era de
tal forma intenso,
Que deixava as
outras estrelas tontas,
E iluminava todo o
firmamento.
Isso foi porque ela
aprendera a amar,
Apesar dessa sua
imperfeição.
Entendeu que devia
aliar,
Para sempre, o
sentimento à razão.
E tão verdadeiro era
seu amor,
Que ela, a estrela
azul, muito comovida,
Resolveu que de
cada grande dor,
Uma lição tiraria
de vida.
Ensinaria às
estrelas sofridas,
Que não haviam
conseguido brilhar,
Que toda a
oportunidade perdida,
Pode-se,
certamente, resgatar.
E dizem que às
outras ela ensinou,
As virtudes, com
ternura e bondade.
Cada estrela,
finalmente, encontrou,
O caminho da
felicidade.
Não mais orgulho,
egoísmo, vaidade,
Já que elas todas
queriam brilhar.
A paz, a harmonia,
a luz, a verdade:
Esta, a divina meta
a se alcançar!
E é por isso que
hoje podemos ver
Luminosas noites de
céu estrelado.
As estrelas
conseguiram aprender,
A amar, e seu
brilho foi conquistado.
De tudo aquilo que
nos conta a lenda,
Isto devemos sempre
lembrar:
Se quisermos que
nossa luz se acenda,
O mais importante é
aprender a amar!
1.
Pela
estrutura estamos diante de que tipo de texto.
Identifique nele aspectos estruturais como rima, como se dá, versos,
quantos verso e quantas estrofes?
2.
“Onde
bordadeiras habilidosas
Bordariam, com graça e encanto,
Estrelas que seriam luminosas”
Nos versos anteriores classifique a função morfológica da palavra
habilidosas
3.
“Onde
bordadeiras habilidosas
Bordariam, com graça e encanto,
Estrelas que seriam luminosas”
Nos versos anteriores as expressões com
graça e encanto estão entre vírgulas. Poderiam continuar a frase e não teria
influência na leitura ou precisamos dessas expressões para entender a frase.
4.
Considerando
o raciocínio feito na questão anterior dizemos que as expressões com graça e
encanto estão entre vírgulas porque são:
a)
Aposto b) vocativo
5.
Seu brilho, cada qual conquistaria,
Com
o amor que pudesse irradiar;
Mas
bem apagadinha ficaria,
Se
não conseguisse aprender a amar.
Qual
a condição para que as estrelas conseguissem o seu brilho? Qual é a conjunção que introduz essa ideia?
6.
“Se
não conseguisse aprender a amar.”
Indique o tempo e modo em que está empregado o verbo conseguir no verso
anterior:
a)
Presente
do indicativo
b)
Presente
do Subjuntivo
c)
Pretérito
imperfeito do indicativo
d)
Pretérito
imperfeito do Subjuntivo
7.
Cada estrela teria sua cor,
E
elas numa só cor se fundiriam.
.”
Indique o tempo e modo em que está empregado os verbos em destaque nos
versos anteriores:
a)
Presente
do indicativo
b)
Presente
do Subjuntivo
c)
Futuro
do presente do indicativo
d)
Futuro
do pretérito do indicativo
8.
“Trazendo
o divino amor a envolvê-las.” No verso
anterior o pronome pessoal do caso oblíquo se refere a quem?
a) alturas
b) noites
c) estrelas
d) escuras
9.
Qual
a conjunção que dá ideia de contrariedade e que introduz a ideia de que a luz
no céu não apareceu?
..................................................................................
10.
Em
qual estrofes aparecem as justificativas para o brilho não ter aparecido?
11. Por que a
estrela amarela não conseguiu brilhar?
Como isso pode acontecer no nosso dia a dia?
12. Por que a
estrela rosa não conseguiu brilhar? Que
atitudes indicam isso no nosso dia a dia?
13. O que seriam os
vícios e as paixões aos quais a estrela cinza se entregou?
14. A estrela azul
tinha um defeito físico, mas isso a impediu de aprender a amar? Onde está a
verdadeira beleza da vida? Que atitudes devemos
ter no dia a dia para evoluir?
15.
Quem
são as estrelas do texto? Em que
linguagem está o texto?
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